Brasil, 4 de setembro de 2025
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Quem é Lisa Cook, diretora do Fed que enfrenta investigação criminal

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal contra Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), por suspeita de fraude hipotecária. A informação foi divulgada pelo jornal The Wall Street Journal nesta quarta-feira (4). A apuração ocorre após denúncias de fraude relacionadas a imóveis de Cook em Michigan e Geórgia, onde também foram enviadas intimações a grand jury.

A disputa político-econômica envolvendo Lisa Cook

A investigação surge em um momento de forte crise política. Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump anunciou a demissão de Cook do Fed, alegando que ela teria cometido fraude hipotecária ao declarar duas residências como principais — uma prática que, segundo ele, favoreceria condições de financiamento melhores. Trump afirmou ainda que essa decisão seria justificada por sua visão de que Cook teria agido de forma inadequada, apesar de a legislação americana limitar o poder do presidente de demitir membros do Fed sem justa causa.

O Fed respondeu que Lisa Cook e demais membros do conselho somente podem ser afastados por motivos de justa causa, o que, segundo a instituição, não está presente na tentativa de Trump de demissão. O banco central também afirmou que a acusação de fraude contra Cook é infundada e que adotará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua independência.

Quem é Lisa Cook?

Lisa Cook, economista e professora da Universidade de Michigan, será a primeira mulher negra a integrar o Conselho de Governadores do Fed, cargo conquistado em 2022. Com formação na Universidade de Oxford e doutorado na Universidade da Califórnia, Berkeley, ela tem uma carreira marcada pela pesquisa sobre discriminação racial na economia americana e os impactos das recessões mais prejudiciais às camadas mais pobres da população.

Cook também é reconhecida por seu trabalho internacional, incluindo sua atuação na recuperação econômica de Ruanda após o genocídio de 1994. Antes de sua nomeação, ela integrou o conselho de assessores econômicos do presidente Barack Obama e trabalhou no Departamento do Tesouro dos EUA, além de ser especialista em desenvolvimento internacional.

Implicações para o Federal Reserve e a economia global

A tentativa de Trump de remover Cook pelo método de uma demissão direta desafia a estrutura de independência do Fed, que foi criada para garantir decisões econômicas técnicas, livres de interferências políticas. Especialistas alertam que acontecimentos como esse podem prejudicar a credibilidade do banco central mais poderoso do mundo, impactando os mercados financeiros internacionais em um momento de incertezas econômicas globais.

A disputa reflete também o enfrentamento maior entre a administração Trump e o Fed, marcando uma crise na autonomia da política monetária americana. A independência do banco é vista como crucial para o controle da inflação e o estímulo ao crescimento sustentado, fatores essenciais para a estabilidade dos mercados e para a saúde da economia global.

Próximos passos e possíveis desdobramentos

Lisa Cook afirmou à sua assessoria que não há motivos legais para sua demissão e que vai lutar para manter seu cargo. A equipe jurídica da diretora anunciou que adotará todas as medidas necessárias para contestar a tentativa de afastamento, classificada por ela como ilegal.

O caso ainda está em andamento e pode marcar um precedente na história do Federal Reserve, reforçando a importância de sua autonomia frente a pressões políticas. Enquanto isso, o mercado acompanha de perto as movimentações, atentas às possíveis repercussões na política econômica dos EUA e do Brasil.

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