Brasil, 4 de setembro de 2025
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Projeto de anistia pode beneficiar Bolsonaro e Eduardo

Proposta em discussão no Congresso inclui perdão a crimes que tornaram Bolsonaro inelegível e pode livrar Eduardo Bolsonaro de investigações.

Um dos projetos de anistia que está sendo debatido no Congresso Nacional prevê não apenas o perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em caso de condenação por golpismo, mas também uma possível anistia por crimes que o tornaram inelegível. O parecer, que circula entre líderes partidários, sugere conceder perdão para diversas “manifestações” que aconteceram desde março de 2019, abrangendo uma série de ações que incluem ofensas a instituições públicas e a geração de animosidade na sociedade.

Perdão para casos de ofensas e polarização

O projeto, ao qual o Metrópoles teve acesso, lista as situações que poderiam ter anistia, tais como:

  • Ofensas a instituições públicas e seus integrantes;
  • Descrédito ao processo eleitoral;
  • Contribuição para a polarização política;
  • Geração de animosidade entre os cidadãos;
  • Outras situações semelhantes.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, após uma reunião que promoveu com embaixadores, onde desacreditou o sistema eleitoral. O projeto de anistia também abrange condenações que tenham se apoiado em informações fornecidas pela Justiça Eleitoral.

Danos ao patrimônio nacional

Além dessas situações, o texto do projeto inclui casos de danos ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, muitos dos quais se referem às condenações relacionadas aos eventos de 8 de Janeiro e à tentativa de golpe. O projeto também abrange perdão para aqueles que tenham prestado “apoio administrativo, logístico ou financeiro” a tais crimes, o que implica que até mesmo mentores intelectualas dos atentados poderão ser anistiados.

Alvo no STF e ações políticas

A proposta claramente mira a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e estabelece perdão para condenações que surgiram de investigações da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Este órgão foi responsável por vários inquéritos que enfocaram a atuação de aliados de Bolsonaro nas eleições de 2022, enquanto Moraes presidia a Corte.

A anistia ganhou força nos últimos dias, especialmente durante o julgamento a respeito da trama golpista. Nesse contexto, aliados de Bolsonaro, incluindo o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm defendido a inclusão do ex-presidente no projeto, mas apenas pelos crimes que está sendo julgado no Supremo. É importante ressaltar que os acordos discutidos não incluem crimes que possam garantir a Bolsonaro a elegibilidade para as próximas eleições.

Repercussões políticas e apoio do PL

Embora o projeto ainda seja um esboço, ele já conta com o apoio do Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado. A proposta deverá ser apresentada pelo líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Eduardo Bolsonaro também na mira

Dentro das discussões no Congresso, um dos textos em debate visa incluir crimes contra a soberania nacional, o que pode isentar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ser investigado no STF. Ele já foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente ter atuado junto ao governo dos Estados Unidos para coagir a Corte durante o julgamento da trama golpista. O governo de Donald Trump chegou a revogar passaportes de ministros do STF e aplicar a Lei Magnitsky em relação a Moraes.

Essas questões levantam um debate significativo sobre a anistia no Brasil e suas possíveis implicações na política nacional, especialmente em tempos polarizados. O futuro desse projeto irá determinar não apenas a situação jurídica de figuras proeminentes como Bolsonaro e Eduardo, mas também poderá alterar o panorama político e eleitoral no país.

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