Nesta quinta-feira (4), uma operação policial resultou na prisão de oito pessoas em locais como Salvador, Candeias e Camaçari, todas ligadas a um sofisticado esquema de grilagem de terras. A ação, chamada de “Operação Grilagem S.A”, desmantela uma rede criminosa que se especializava em apropriar-se de terrenos urbanos e rurais de forma ilegal, além de estar envolvida em crimes de corrupção. As prisões ocorreram em diversos bairros da capital baiana, como Pituba, Bairro da Paz, Piatã, Itapuã e Chame Chame, além de Itacimirim, em Camaçari.
Esquema de grilagem desmantelado
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), entre os detidos estão três policiais militares e um policial civil que, conforme a investigação, ajudavam o grupo criminoso em suas atividades ilícitas. Dois empresários também foram alvos da operação, e um deles foi preso em flagrante durante as ações policiais.
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), revelou que a organização atuava de maneira meticulosa, dividindo suas ações em cinco etapas que incluíam a identificação e invasão de terrenos, o afastamento de opositores, a construção de edificações, a falsificação de documentos e, por fim, a regularização da posse e a venda dos imóveis a terceiros de boa-fé.
A violência como ferramenta de controle
Além das táticas de falsificação e engaños, a SSP-BA afirmou que o grupo utilizava ameaças e violência física para dominar as áreas invadidas, contribuindo ainda com a colaboração de alguns agentes de segurança pública que apoiavam as ações criminosas.
Esta operação é a terceira fase da chamada “Operação Crickets”, iniciada em março de 2022. Ela envolve a colaboração entre diferentes órgãos de segurança e justiça, incluindo a Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral da SSP-BA e as Corregedorias das Polícias Militar e Civil, para combater a grilagem e a corrupção sistemática associada. O esforço conjunto já resultou em denúncias criminais que tramitam em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), expondo um esquema complexo que envolvia a manipulação de processos administrativos para garantir a impunidade dos envolvidos.
Uma resposta ao crime organizado
A operação “Grilagem S.A” representa um passo significativo no combate ao crime organizado na Bahia, especialmente no que diz respeito à grilagem de terras. A prática, que historicamente prejudica a sociedade e gera insegurança, agora está sendo combatida com vigor pelas autoridades competentes. O MP-BA e a SSP-BA estão trabalhando de forma integrada para desmantelar não apenas a estrutura criminosa, mas também para garantir que todos os envolvidos, incluindo os que ocupam cargos públicos, sejam responsabilizados por suas ações.
Os casos de grilagem têm afetado comunidades inteiras, levando à desestruturação social e ao agravamento da desigualdade. Ao desmantelar essas redes, as instituições buscam proteger os direitos dos cidadãos e restaurar a ordem em áreas afetadas pela corrupção e pela ocupação ilegal de terras.
Com as novas medidas, espera-se que a sociedade civil também se mobilize e denuncie práticas ilegais, contribuindo para um ambiente mais justo e seguro. O sucesso desta operação pode servir como um modelo para outras ações futuras, e representa uma luz no fim do túnel para aqueles que lutam contra a injustiça e pela proteção de seus direitos às propriedades e territórios.
A população é incentivada a participar ativamente na proteção de suas comunidades, denunciando qualquer atividade suspeita relacionada à grilagem de terras para as autoridades competentes. As ações contínuas de combate à corrupção e ao crime organizado são essenciais para garantir um futuro melhor para todos os cidadãos baianos.
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