Recentemente, novas diretrizes sobre hipertensão foram introduzidas com o objetivo de incentivar a população a tomar medidas preventivas, especialmente à medida que um número crescente de jovens enfrenta problemas cardíacos. Contrariando a crença comum de que a hipertensão é uma preocupação exclusivamente da terceira idade, os médicos estão lidando cada vez mais com essa condição em gerações mais jovens.
Aumento da hipertensão entre os jovens
Estimativas atuais indicam que cerca de 25% dos jovens adultos, com idades entre 18 e 39 anos, sofrem de hipertensão, caracterizada por leituras superiores a 130/80 mm Hg. A preocupação se estende também a crianças e adolescentes de 8 a 19 anos, que estão apresentando casos significativos da doença. Notavelmente, cerca de 50% dos adultos nos Estados Unidos também convivem com a hipertensão.
A hipertensão é uma condição que pode levar a complicações severas de saúde ao longo da vida, como doenças cardíacas, derrames, doenças renais, declínio cognitivo e demência. Diante desse cenário, a American Heart Association (AHA) atualizou suas diretrizes, a primeira revisão desde 2017, dando maior ênfase à prevenção e ao tratamento precoce.
Ferramenta PREVENT e novas recomendações
Os especialistas em cardiologia desenvolveram uma ferramenta chamada PREVENT, que visa prever o risco de eventos cardiovasculares em indivíduos entre 30 e 79 anos. Essa calculadora inclui variáveis como idade, sexo, pressão arterial, níveis de colesterol e outros indicadores de saúde, utilizando até o código postal como um proxy para fatores socioeconômicos.
As novas diretrizes também oferecem orientações atualizadas sobre opções de medicação, incluindo o uso de medicamentos GLP-1 para pacientes com sobrepeso ou obesidade. Finalmente, as recomendações abordam o manejo da hipertensão antes, durante e após a gravidez, uma vez que a condição pode causar complicações potencialmente fatais nesses períodos.
Cuidado com a dieta e mudanças de estilo de vida
Em relação às orientações dietéticas, destaca-se o incentivo ao uso de substitutos de sal à base de potássio, substituindo o sal comum. Essa mudança é recomendada tanto para adultos com hipertensão quanto para aqueles sem a condição, pois pode ajudar a prevenir ou tratar a elevação da pressão arterial.
Os cardiologistas sugerem que os adultos limitem a ingestão de sódio a menos de 2.300 mg por dia, avançando em direção a um limite ideal de 1.500 mg. Além disso, a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é recomendada, enfatizando a redução do sódio e uma alimentação rica em vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, nozes e laticínios com baixo teor de gordura.
Com relação ao consumo de álcool, as diretrizes sugerem que, idealmente, as pessoas não consumam bebidas alcoólicas, mas, se o fizerem, que limitem o consumo a dois drinks diários para homens e um para mulheres. Outras orientações incluem o gerenciamento do estresse por meio de exercícios e técnicas de redução do estresse, como meditação e yoga.
Dados alarmantes sobre a hipertensão na juventude
Um relatório do CDC de 2024 revelou que 47,7% dos adultos com 18 anos ou mais apresentaram hipertensão entre 2020 e 2023, o que é semelhante aos dados do relatório anterior de 2017-2020. Embora a prevalência tenha se mantido estável, 40% dos adultos não têm consciência de sua condição, o que aumenta o risco de complicações fatais.
A hipertensão é um fator primário ou contribuinte em mais de 685 mil mortes por ano somente nos Estados Unidos. Os dados indicam que o governo não está conseguindo cumprir a meta de reduzir o número de hipertensos para 41% até 2030.
Entre os jovens, a prevalência é de 23%, aumentando para 53% entre os adultos de 40 a 59 anos e 72% entre os com 60 anos ou mais. O aumento da pressão arterial entre os jovens pode estar relacionado ao crescimento no número de acidentes vasculares cerebrais e eventos cardíacos nesta faixa etária.
Por fim, o alerta é claro: a hipertensão não apresenta sintomas evidentes, o que a torna conhecida como “assassina silenciosa”. Portanto, é fundamental que todos, independentemente da idade, estejam atentos aos seus níveis de pressão arterial e considerem intervenções saudáveis para minimizar os riscos associados.
Para mais informações detalhadas, acesse o CDC.