A recente ação judicial movida pela Newsmax contra a Fox News trouxe à tona uma discussão acalorada sobre as práticas comerciais no setor de notícias na televisão paga dos Estados Unidos. Em sua reivindicação, a Newsmax acusa a Fox News de agir como um monopólio, usando táticas anticompetitivas para sufocar a concorrência e garantir seu domínio no mercado.
Acusações de práticas anticompetitivas
No processo, registrado em um tribunal federal no sul da Flórida, os advogados da Newsmax afirmam que a Fox News implementou uma série de comportamentos anticompetitivos. Segundo os advogados, a Fox estaria coercionando distribuidores a firmar acordos de exclusão e restrição, além de ter empregado “táticas de intimidação”, incluindo a contratação de empresas de detetives para investigar executivos da Newsmax.
Os advogados sustentam que, se não fosse pelas ações da Fox, a Newsmax teria expandido sua distribuição, aumentado sua audiência e conquistado uma base sólida de anunciantes mais cedo. “A Fox buscou proteger e expandir seu poder monopolista no mercado de notícias conservadoras na TV paga”, argumentam os representantes da Newsmax.
Resposta da Fox News
A Fox News reagiu de forma contundente às alegações, com um porta-voz afirmando que a Newsmax “não pode processar suas falhas competitivas no mercado apenas para buscar manchetes, simplesmente porque não consegue atrair telespectadores”. Este comentário trouxe à tona uma controvérsia que vai além do simples embate legal, refletindo as tensões presentes no competitivo mercado de notícias conservadoras nos Estados Unidos.
Christopher Ruddy, CEO da Newsmax, contestou a afirmação, perguntando: “Então, por que eles gastaram tanto tempo bloqueando e suprimindo nossa presença ao longo dos anos?”. Ele também expressou que as práticas de exclusão e as táticas de intimidação da Fox têm se mostrado prejudiciais e que os dias de tais ações estão contados.
Reivindicações e possíveis consequências
No pedido judicial, a Newsmax busca uma liminar permanente que impeça a Fox de manter seus contratos considerados anticompetitivos. A Newsmax também está solicitando uma indenização três vezes maior pelo suposto prejuízo que sustentou devido às ações da Fox, além de juros pré e pós-julgamento a “maior taxa legal”. Ruddy acredita que o valor total dos danos será “significativo e sério”.
Impacto no mercado de notícias
As alegações de táticas anticompetitivas não são novidades no panorama da mídia. A Fox News, que há muito tempo é a emissora de notícias mais assistida da televisão a cabo, já enfrentou diversas controvérsias e ações judiciais. Recentemente, em 2023, a Fox chegou a um acordo de $787 milhões para resolver um processo de difamação relacionado a alegações infundadas sobre a Dominion Voting Systems nas eleições presidenciais de 2020. Por sua vez, a Newsmax também enfrentou um litígio similar, concordando em pagar $67 milhões para resolver um caso de difamação semelhante.
Atualmente, a Fox News não é a única empresa enfrentando desafios legais. A Smartmatic, outra empresa de máquinas de votação, está se preparando para um julgamento em busca de $2,7 bilhões em danos. A Newsmax, que já se estabeleceu com a Smartmatic após o pagamento de $40 milhões em uma ação anterior, agora se vê em uma luta acirrada por sua linha de frente no campo da mídia conservadora.
As consequências dessas disputas judiciais não se limitam às empresas envolvidas; elas podem ter um impacto significativo na forma como as notícias são consumidas nos Estados Unidos. À medida que as ações legais se desenrolam, o cenário midiático pode passar por transformações consideráveis, refletindo a dinâmica de mercado e as preferências dos consumidores.
A disputa entre a Newsmax e a Fox News ilustra as complicadas interações entre concorrência, regulamentação e liberdade de expressão no setor de notícias. Os desdobramentos desse caso serão observados de perto, pois podem influenciar não só o futuro das emissoras envolvidas, mas também equilibrar o ecossistema da mídia como um todo nos Estados Unidos.
—Com informações da CNBC.