Brasil, 4 de setembro de 2025
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Ministro do turismo sinaliza rompimento com Lula após almoço

Celso Sabino avisa cúpula do União Brasil sobre rompimento com Lula, mas partido dá prazo para transição na pasta do Turismo.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou à cúpula do União Brasil que seguirá o partido no rompimento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sinalização ao partido aconteceu nesta quarta-feira, após um almoço com o mandatário no Palácio da Alvorada. O cenário gerou discussões a respeito da permanência de Sabino na pasta, já que o governo demonstrou interesse em sua continuidade, mas sob condições de alinhamento político estrito ao Planalto.

Tensão entre União Brasil e governo Lula

Durante o encontro, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, enfatizou que aqueles que desejarem continuar no governo devem se comprometer com o projeto de reeleição. A fala reforçou que Sabino precisaria mobilizar a ala do União Brasil que ainda se mostra favorável a Lula, apesar de ser um grupo minoritário. O Planalto espera dedicação na busca por votos em pautas significativas na Câmara.

O União Brasil deu a Sabino um prazo de 30 dias para que ele decidisse sobre sua saída do governo. Essa sinalização aponta que o partido não quer adotar uma postura extremista de oposição, mas sim abrir espaço para que o ministro conduza uma transição suave na pasta. Entretanto, líderes da legenda acreditam que ele pode usar esse tempo para fortalecer seu apoio dentro da bancada de deputados, visando garantir sua permanência até a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Celso Sabino, Ministro do Turismo

Desafios para a permanência de Sabino

Calcula-se que cerca de 13 deputados do União Brasil estejam dispostos a votar com o governo em pautas relevantes para Lula. Outros parlamentares podem ser persuadidos, dependendo da negociação política que o Executivo possa abrir. Esse é o foco de ações que deve ser desenvolvido por Sabino nos próximos dias.

Fontes próximas ao governo revelaram que o futuro eleitoral do ministro foi discutido na reunião. Licenciado do cargo de deputado federal pelo Pará, Sabino almeja concorrer ao Senado em 2026 e considera o apoio de Lula crucial para o seu sucesso nas urnas. A relação entre o presidente e o ministro deve corresponder ao que se espera em termos de compromisso político.

No entanto, a situação de Sabino é delicada. Ele assumiu o cargo em julho de 2023, trazendo a esperança de que o União Brasil se sentisse mais representado, abrangendo a insatisfação com a então ministra Daniela do Waguinho. Agora, Sabino se encontra sem apoio institucional da própria legenda para suportar o cargo.

Importância do ministério na COP30

O ministro também tem um papel significativo na organização da COP30, programada para novembro em Belém, no Pará. Sabino tem promovido projetos para atrair visitantes ao estado, o que também é uma estratégia para alavancar o turismo local após o evento. Vale ressaltar que o ministro é o primeiro brasileiro a presidir o Conselho Executivo da ONU Turismo, cargo em que pretende buscar reeleição.

A saída de Sabino poderia complicar a agenda governamental em assuntos prioritários. Assim, uma possível demissão seria difícil de implementar, dado o impacto que teria. Por isso, se cogita a possibilidade de um licenciamento, proposta que foi prontamente rejeitada pela liderança do União Brasil, onde Sabino comanda o diretório estadual no Pará.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também participou do almoço, destacando-se pela sua influência nas indicações na estrutura federal. Os ministros Frederico Siqueira (Comunicações) e da Integração e Desenvolvimento Regional (MDIR) seguem no cargo, visto que não são filiados ao partido que rompeu com o governo.

Rompimento oficial com Lula

Na terça-feira (2), os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI), decretaram o afastamento de qualquer filiado de suas funções no governo de Lula. A decisão reflete a estratégia dos partidos que formarão uma federação a partir de 2026, com foco na candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) à presidência.

A ordem da Executiva Nacional, divulgada por Rueda no Salão Verde da Câmara, estipula que “detentores de mandato devem renunciar a qualquer cargo na administração federal”. A violação desta decisão poderá resultar em sanções disciplinares. A expectativa de Rueda é que essa medida promova clareza e coerência no posicionamento do partido.

Apesar de a ordem oficial do União Brasil determinar a demissão de filiados, a permissão para nomeações indiretas beneficia figuras como Arthur Lira (PP-AL) e Davi Alcolumbre, duas pessoas que mantêm uma relação próxima com o governo.

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