Brasil, 4 de setembro de 2025
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McDonald’s anuncia pagamento do salário mínimo e sai da NRA

A empresa adotará valor unificado para salários e deixará a associação de restaurantes em meio a debates sobre gorjetas e remuneração justa

A rede de fast-food McDonald’s anunciou que exigirá que todos os seus restaurantes paguem o salário mínimo federal de US$ 7,25 por hora a todos os funcionários, incluindo aqueles que recebem gorjetas. Além disso, comunicou sua saída da NRA (National Restaurant Association), em meio a divergências sobre a política de gorjetas e o tratamento salarial no setor de restaurantes nos Estados Unidos.

Mudança na política salarial e sua justificativa

Segundo o CEO da McDonald’s, Chris Kempczinski, pagar uma remuneração unificada a todos os trabalhadores reduziria a pobreza e a rotatividade, além de evitar a competição desigual entre estabelecimentos. “A prática de pagar menos a trabalhadores que recebem gorjetas cria uma competição injusta, pois a McDonald’s não aceita gorjetas e garante pelo menos o salário mínimo federal”, afirmou Kempczinski.

O movimento ocorre em um momento de crescente pressão de movimentos trabalhistas, como o Fight for $15, que há anos luta por aumentos no salário mínimo. Estados como Califórnia, Alasca e Minnesota já adotaram salários únicos, registrando taxas de pobreza inferiores — 11,1% contra 18,5% em regiões com políticas de gorjetas.

Razões por trás da saída da NRA

A decisão de deixar a NRA surgiu de divergências sobre a política de gorjetas. A associação se opõe a aumentos no salário mínimo e à eliminação do valor reduzido para trabalhadores que recebem gorjetas, posições conflitantes com a visão da McDonald’s. A cadeia considera a posição da NRA incompatível com seus planos de remuneração e apoio a grupos trabalhistas como o One Fair Wage, que critica o sistema de gorjetas com veemência.

Impacto no mercado e estratégias adotadas

As vendas da McDonald’s caíram 3,6% no primeiro trimestre de 2025, afetadas por inflação, aumento de preços e competição de redes como Chick-fil-A, Texas Roadhouse e Longhorn Steakhouse. A companhia já havia aumentado salários em cerca de 10% em suas lojas corporativas em 2021, com pagamento entre US$ 11 e US$ 17 por hora para funcionários iniciais e gerentes entre US$ 15 e US$ 20.

Apesar do movimento de elevar salários, a maioria das lojas no país é operada por franqueados, responsáveis por 95% das unidades nos EUA. A multinacional incentiva esses franqueados a seguirem o mesmo padrão salarial, buscando maior competitividade e satisfação dos funcionários.

Pressões e tendência futura

Movimentos sociais e insatisfação dos consumidores com a prática de gorjetas — conhecida como “tip fatigue” — têm estimulado mudanças na legislação. Estados como Califórnia já eliminaram gradualmente o salário reduzido para trabalhadores que recebem gorjetas, e Washington, D.C., interrompeu ações similares. A legislação de julho de 2025, que isenta gorjetas de impostos, beneficia alguns setores, mas ainda causa debates.

A decisão da McDonald’s, ao estabelecer um salário fixo para todos seus funcionários, reforça uma tendência de uniformização que pode influenciar o mercado de fast-food e o setor de restaurantes, visando maior equidade salarial e uma relação mais transparente com os trabalhadores.

Para mais detalhes, acesse a matéria original no site da IG Economia.

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