Brasil, 4 de setembro de 2025
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Mauro Motta sobre projeto de anistia: ainda sem definição na Câmara

Pressão aumenta para votação da anistia, enquanto Lula critica e pede mobilização.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4/9) que ainda não decidiu se colocará em pauta o polêmico projeto de lei (PL) que propõe anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Esta declaração vem em um momento de crescente pressão de lideranças partidárias para o avanço do tema na Casa.

A expectativa em torno do PL da anistia

Motta demonstrou calma em relação às discussões sobre a anistia, destacando que não há uma definição clara sobre a votação da proposta. “Estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta [anistia], não há ainda nenhuma definição [sobre colocar em votação a proposta]”, afirmou o presidente. Ele enfatizou a importância de ouvir tanto os apoiadores quanto os críticos da proposta, reafirmando o papel do colégio de líderes nas decisões que precisam ser tomadas.

Nos últimos dias, o apoio à proposta por parte da oposição cresceu, especialmente com a ajuda do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A oposição tenta pressionar para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os beneficiados pela anistia, embora essa ideia encontre resistência no Congresso, particularmente no Senado.

Agenda de tramitação e reações políticas

Motta se reunirá ainda nesta quinta-feira com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), onde é esperado que apresente um cronograma de tramitação do projeto. O início desse processo depende do julgamento de Bolsonaro, que terá seu veredito encerrado em 12 de setembro. Atrasos ou mudanças nessa data podem influenciar diretamente na urgência e nas estratégias em torno do projeto de anistia.

Movimentações da base governista

Enquanto o clima entre a oposição se aquece, a ala governista está se preparando para uma reação. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT), anunciou que o governo buscará diálogo com líderes partidários para tentar desestimular o apoio à proposta de anistia. “Se passar a urgência no colégio de líderes, já estamos contando votos e mapeando aqueles deputados que estão em dúvida sobre a anistia”, destacou Farias.

O embate entre as duas forças políticas está se intensificando, o que reflete as divisões existentes no país desde a saída de Bolsonaro da presidência. A anistia se tornou um tema quase simbólico, que representa não apenas a busca por um perdão para os envolvidos nas manifestações de janeiro, mas também a polarização entre a direita e a esquerda no Brasil.

A posição de Lula sobre a proposta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se esquivou de criticar a proposta de anistia. Em suas declarações, ele fez um apelo à mobilização de seus apoiadores em uma possível tentativa de barrar o avanço do projeto. “Outra coisa que nós temos que saber: se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia. Esse Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia”, disse Lula. Ao mencionar a influência da extrema direita, o presidente destacou que, embora o Congresso tenha apoiado diversas iniciativas do governo, a esquerda precisará lutar contra essa força política ainda significativa.

O cenário atual reflete um conflito crescente entre diferentes perspectivas e interesses políticos, o que gera um clima de incerteza sobre o futuro da proposta de anistia. O desenrolar dessa história dependerá das ações e das reações tanto da oposição quanto da base governista nas semanas seguintes.

Assim, a atenções permanecem voltadas para a Câmara, onde o contencioso da anistia continua sendo um tema quente, com possíveis repercussões que podem redefinir o equilíbrio de forças no Congresso Nacional.

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