Brasil, 4 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Maioria da população rejeita anistia a envolvidos em atos golpistas

A proposta de anistia a condenados pelos ataques de 8 de Janeiro enfrenta resistência significativa entre os brasileiros.

A proposta de anistia a envolvidos em atos golpistas no Brasil, impulsionada por alguns setores bolsonaristas, tem encontrado forte rejeição na sociedade. Levantamentos recentes de opinião pública indicam que a maior parte da população se opõe à ideia de perdão aos condenados pelos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de Janeiro. Mesmo com discussões sobre a pauta no Congresso, o apoio à anistia permanece restrito aos círculos mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A desaprovação da anistia nas pesquisas de opinião

Um levantamento realizado pelo Datafolha e divulgado no mês passado revelou que 55% dos eleitores são contrários à anistia para aqueles que participaram dos vandalismos. É importante destacar que, embora essa rejeição ainda seja significativa, o índice já alcançou 63% em março do ano passado. O recuo dessa rejeição coincidiu com o início do julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, uma das figuras centrais no processo. Condenada a 14 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, seu caso tem sido utilizado por bolsonaristas para criticar a severidade das penas impostas aos envolvidos na depredação dos Três Poderes.

Suporte à punição dos responsáveis pelos atos

Os dados revelam que, apesar da pressão pela anistia, uma parte considerável da população defende a aplicação das penas. Segundo a pesquisa, 34% dos entrevistados acreditam que as sanções devem ser mantidas, e 25% opinam que elas deveriam ser até mais severas. Em contrapartida, 36% dos entrevistados consideram que as punições são excessivas. Um levantamento paralelo da Genial/Quaest, também recente, indica que 56% dos participantes da pesquisa defendem que os implicados nas invasões antidemocráticas permaneçam presos e cumpram suas sentenças.

Movimentações políticas em favor da anistia

Apesar da forte oposição popular, as articulações para aprovar a anistia avançaram nesta semana, impulsionadas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele esteve em Brasília com o objetivo de reiniciar o debate sobre o tema. Essa articulação foi apoiada por aliados de Bolsonaro, que geraram cerca de 61% das menções favoráveis à anistia nas mídias sociais, conforme apontou um levantamento da consultoria Bites.

Reações no Congresso e as implicações na cena política

Segundo André Eler, diretor-adjunto da Bites, a anistia é uma pauta que atrai principalmente os apoiadores de Bolsonaro, enquanto no Congresso, o tema não mobiliza como esperado os centros políticos, ficando restrito a esse grupo e aos seus aliados. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que a proposta já contaria com o apoio da maioria dos parlamentares. Já o presidente da Casa, Hugo Motta, também reconheceu a pressão crescente por parte de deputados que querem discutir a proposta após o dia 12, quando finaliza o julgamento de Bolsonaro e outros réus envolvidos na trama golpista.

Tarcísio e seus interesses eleitorais

O governador Tarcísio busca solidificar sua imagem como oposição em vistas da eleição presidencial de 2026. No entanto, sua associação com a anistia pode prejudicar suas intenções, uma vez que uma pesquisa do Datafolha indicou que 61% dos eleitores se manifestaram contrários a votar em um candidato que promova a anistia a Bolsonaro e outros acusados. Essa posição pode influenciar diretamente sua base eleitoral.

Conflitos entre o governo e a oposição

Por outro lado, os aliados do governo estão mobilizados contra a proposta de anistia. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, acusou Tarcísio de planejar um “golpe” ao tentar retomar a discussão no Congresso. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) expressou que Tarcísio pode estar buscando a proteção de seus chefes, mas o povo brasileiro não apoiará essa manobra.

Com a pressão crescente e a polarização do debate, o cenário atual continua tenso, e a questão da anistia deve seguir sendo um tema central nas discussões políticas no Brasil. A resistência popular à ideia altera, sem dúvida, a dinâmica entre os partidos e suas bases eleitorais.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes