Durante audiência no Senado nesta quinta-feira (4), o secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que a revisão federal sobre a segurança da pílula abortiva mifepristona ainda está em andamento, sem previsão de conclusão.
Críticas à administração Biden
Kennedy declarou que a administração do ex-presidente Joe Biden “tragou os dados” para minimizar os riscos à saúde associados ao medicamento, prometendo que esforços serão feitos para garantir “ciência honesta e de alto padrão” na análise.
Senadores republicanos, como James Lankford e Steve Daines, questionaram Kennedy sobre o cronograma da revisão e a possibilidade de a Food and Drug Administration (FDA) restringir mais rigorosamente o uso do medicamento.
Preocupações com a segurança do mifepristona
Daines citou um estudo do Ethics and Public Policy Center (EPPC) que revelou que 11% das mulheres que usaram a pílula enfrentaram pelo menos um “evento adverso grave” dentro de 45 dias, percentual 22 vezes maior que a estimativa oficial da FDA, inferior a 0,5%. (estudo)
“Isso mostra que há riscos reais que não estão sendo devidamente considerados”, afirmou Daines, reforçando preocupações com o avanço desregulado do uso do medicamento.
Regulamentações progressivas
O FDA reduziu progressivamente os requisitos para a obtenção do mifepristona, eliminando a necessidade de visitas presenciais e a obrigatoriedade de o medicamento ser dispensado por um médico, além de permitir entregas pelo correio. Kennedy afirmou que verifica as avaliações constantes do FDA, que está recebendo e analisando novos dados.
Compromisso com estudos de segurança
Embora Kennedy não tenha definido uma data para a conclusão da revisão, garantiu que irá manter os senadores informados. Ele ainda destacou que o governo Trump, em 2016, também flexibilizou as regras do medicamento e que hoje **mais da metade dos abortos no país** são realizados por via química, com o uso de mifepristona.
Segundo Kennedy, estudos adicionais continuam sendo realizados para determinar os riscos do medicamento. “Essas pesquisas estão em andamento e em progresso”, afirmou o secretário.
Perspectivas futuras
As discussões acontecem em um momento de intensificação do debate sobre os riscos do aborto químico nos Estados Unidos, especialmente após a promessa do ex-presidente Donald Trump, em 2024, de manter o aborto com remédios disponível legalmente, embora tenha dirigido estudos adicionais sobre sua segurança.
Para a presidenta da organização pró-vida Susan B. Anthony Pro-Life America, Marjorie Dannenfelser, a revisão do FDA é uma “vitória” após anos de negligência, e ela aguarda uma atualização com os novos dados prometidos pelo governo.
Mais informações sobre os riscos do aborto químico podem ser encontradas no guia divulgado pelos bispos dos EUA.