Brasil, 4 de setembro de 2025
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Julgmento da trama golpista: Moraes se prepara para apresentar seu voto

Ministro Alexandre de Moraes apresentará seu voto no julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe em 2022.

O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para uma fase crucial no julgamento da trama golpista, com a expectativa de que o ministro Alexandre de Moraes apresente seu voto na próxima terça-feira. O caso envolve Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de orquestrar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Expectativas para o voto de Moraes

O voto de Moraes, que deverá ser proferido logo no início da sessão, é esperado para ser extenso e recheado de mensagens sobre a importância da preservação da democracia. O relator, que é o responsável por conduzir a ação penal, já deixou pistas sobre sua posição durante um pronunciamento anterior ao início do julgamento. Segundo fontes próximas ao STF, sua avaliação converge para a condenação dos envolvidos.

Em sua fala inicial, Moraes enfatizou que “a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”. Em sua visão, os defensores de um perdão para os envolvidos em atos golpistas frequentemente justificam essa postura como uma forma de promovê-la, mas o ministro discorda. “O caminho aparentemente mais fácil, e só aparentemente, que é da impunidade, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade”, comentou.

A soberania nacional e as interferências externas

Moraes também se posicionou firmemente contra o que chamou de tentativas de interferência externa no processo judicial. Ele reiterou que a “soberania nacional” jamais será “vilipendiada, negociada ou extorquida”. Segundo a Procuradoria-Geral da República, a tentativa de ruptura democrática liderada por Bolsonaro se deu após sua derrota nas urnas em 2022.

O ministro destacou, ainda, que a “pacificação do país é um desejo coletivo”, mas ressaltou que isso somente será possível com o “respeito à Constituição Federal, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições”.

O andamento da ação penal

O julgamento, que teve início com a leitura do relatório do processo e as falas da acusação, foi marcado por debates acalorados. Os advogados de defesa concentraram seus esforços em mostrar que seus clientes, incluindo Bolsonaro, não foram participantes ativos nos eventos do 8 de janeiro de 2023, além de criticarem a validade das delações que sustentam as acusações.

A defesa de Bolsonaro questionou a credibilidade das provas apresentadas, buscando minimizar sua relação com os atos golpistas. Por exemplo, o advogado do ex-presidente, Vilardi, classificou a delação de Mauro Cid como “mentirosa”, apontando diversas omissões e contradições em seu relato. Ele contestou a tese de que a mera cogitação de um plano golpista poderia ser suficiente para responsabilizar seus clientes.

A busca por um julgamento justo

O advogado do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, também se posicionou contra o processo, alegando que houve restrições ao direito de defesa. Durante a sustentação oral, o advogado José Luís Oliveira Lima chamava a atenção para a necessidade de prazos adequados para análise das provas. Ele foi enfático ao afirmar que não houve tempo hábil para que a defesa apresentasse sua argumentação de forma justa.

A expectativa para a sessão da próxima terça-feira é que o voto de Moraes ocupe toda a extensão do encontro, abordando tanto os aspectos preliminares levantados pelas defesas quanto uma análise profunda das acusações. Com isso, os holofotes estarão direcionados não apenas ao resultado deste julgamento, mas também às implicações que poderá ter sobre o futuro político do Brasil.

O desfecho desse processo deverá ressoar na sociedade e nas instituições brasileiras, afetando não apenas os réus, mas também toda a discussão sobre a democracia no país.

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