Brasil, 6 de setembro de 2025
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Julgamento de Jair Bolsonaro gera debates acalorados nas redes sociais

Debate intenso sobre o julgamento de Jair Bolsonaro mobiliza redes sociais, com apoio e críticas se destacando entre os usuários.

Nos últimos dias, o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe gerou um amplo debate nas plataformas digitais. Um relatório do Instituto Democracia em Xeque (IDX) revela que as hashtags de apoio ao ex-presidente dominaram as publicações, embora a mais mencionada tenha sido #BolsonaroFree, impulsionada por perfis associados à esquerda. A hashtag, que foi utilizada mais de 6 mil vezes, acabou viralizando não apenas em defesa de Bolsonaro, mas também ironicamente, sendo traduzida para “Livre de Bolsonaro”, o que fez com que muitos internautas tirassem sarro do termo.

A reação do público nas redes sociais

De acordo com os dados do IDX, o levantamento abrangeu perfis de diversas redes, incluindo Facebook, Instagram, YouTube, X/Twitter e TikTok. No total, foram analisados 2.142 perfis no Facebook, 2.448 no Instagram, 725 canais do YouTube, 1.259 perfis no X e 402 no TikTok. O levantamento evidenciou que o tema do julgamento de Bolsonaro constituiu 45% das postagens no YouTube, 27% no X e 13% no Instagram e TikTok. Enquanto as hashtags #BolsonaroFree e #FreeBolsonaro foram as mais utilizadas para estruturar a narrativa de apoio e vitimização do ex-presidente, a versão irônica da primeira destacou a proeza do campo progressista em transformar a conversa a seu favor.

A polarização nas interações

O estudo indicou que as postagens em relação ao julgamento foram dominadas por perfis conservadores. A pesquisa revelou que, enquanto apenas no X a publicação foi equilibrada entre os lados político, no YouTube as interações conservadoras superaram as progressistas em oito vezes. Os dados demonstram que os conservadores alcançaram 24.626.551 interações no Instagram, em contraste com 7.380.836 dos progressistas. No TikTok, o volume alcançou 1.559.318 postagens conservadoras contra 776.185 progressistas, enquanto o X registrou 7.091.402 e 5.221.510, respectivamente. No YouTube, os números foram ainda mais discrepantes, com 10.271.571 interações para a direita e apenas 1.999.454 para a esquerda.

Capacidade de resposta da esquerda

Apesar da mobilização conservadora ser mais significativa, a esquerda encontrou maneiras de se manifestar. O relatório do IDX destacou que, especialmente no primeiro dia do julgamento, houve uma rápida reação dos progressistas, que trouxeram um contrapeso ao discurso dominante. Um dos pontos mais discutidos foi a intervenção da ministra Cármen Lúcia que, durante argumentos de defesa, resultou em um reconhecimento do advogado de defesa do general Paulo Sérgio de que seu cliente gostaria de “demover” Bolsonaro de uma possível “medida de exceção”. Esse termo gerou controvérsia e foi instrumentalizado por diversos perfis progressistas para argumentar sobre as intenções de Jair Bolsonaro.

Responsabilização e anistia na pauta progressista

Questões como responsabilização de Jair Bolsonaro e os riscos de uma possível anistia também foram amplamente discutidas nas redes. A hashtag #HUGOMOTTASEMANISTIA, promovida por grupos mobilizadores como o Sleeping Giants Brasil, ilustra esse movimento. O governo do estado de São Paulo, administrado por Tarcísio de Freitas, foi duramente criticado pela esquerda, que acusou o governador de apoiar a anistia e, consequentemente, os golpistas. Esse tipo de publicação demonstrou a necessidade da esquerda de mobilizar seus seguidores e reafirmar sua posição contrária a qualquer forma de leniência com ações que possam ser vistas como ameaças à democracia.

A repercussão de denúncias e narrativas

Além das discussões sobre anistia, uma suposta fraude de documentos revelada em audiência na terça-feira pelo ex-assessor do Ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, também repercutiu fortemente entre os perfis conservadores. As publicações aclamavam a ideia de um impeachment do ministro e defendiam, mais uma vez, a necessidade de uma anistia. O relatório afirma que a narrativa conservadora se baseia na noção de perseguição e ataque à liberdade e à ordem política da direita.

Essa polarização e a movimentação de ambas as partes revelaram um ambiente digital efervescente, onde ideologias divergentes se confrontam e mobilizam discussões relevantes sobre o futuro político do Brasil. A queda de Jair Bolsonaro no julgamento se torna não apenas uma questão legal, mas um campo de batalha ideológico que promete ressoar nas redes sociais por um bom tempo.

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