Os investimentos de empresas chinesas no Brasil totalizaram US$ 4,18 bilhões no ano passado, representando um aumento de 113% em relação a 2023, segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) prestes a ser lançado. O Brasil foi a economia emergente que mais atraiu esses aportes, ocupando a terceira posição no ranking global entre todos os países.
Brasil lidera investimentos chineses entre as emergentes
De acordo com o estudo, o Brasil foi o destino de maior interesse para os chineses entre as economias emergentes, mantendo-se como o segundo maior paraísos de aporte externo da China até o primeiro semestre de 2024, atrás apenas da Indonésia, conforme o China Global Investment Tracker do AEI. Os US$ 2,2 bilhões investidos no Brasil no primeiro semestre, aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024, indicam que as perspectivas para o final do ano apontam para um recorde.
Segundo o levantamento do CEBC, o crescimento dos aportes chineses superou o dos investimentos diretos no país (IDP), que somaram US$ 71 bilhões em 2024, alta de 13,8%, conforme dados do Banco Central.
Número recorde de projetos reforça diversificação dos investimentos
O ano passado também foi marcado por 39 novos projetos de investimento, número recorde que sinaliza uma diversificação maior nas áreas de atuação. Enquanto megaprojetos de infraestrutura energética e petróleo diminuíram, houve expansão em setores de tecnologia, manufatura e energias renováveis, detalha o relatório do CEBC.
As empresas chinesas estão ampliando sua presença no Brasil além das matérias-primas, investindo também na infraestrutura logística e no grande mercado doméstico, como na produção de carros elétricos e plataformas de delivery. Tal movimento reforça o interesse em setores estratégicos para a transição energética e a diversificação de setores tradicionais de energia.
Por que o setor elétrico atrai tanto os chineses
Tulio Cariello, diretor de Conteúdo e Pesquisa do CEBC, destaca que o setor elétrico brasileiro é uma preferência devido à estabilidade de sua regulação e às oportunidades de leilões constantes. Além disso, as tecnologias voltadas para a transição energética são uma prioridade para a política industrial chinesa, reforçando a diversificação dentro do setor energético, com investimentos em energias solar, eólica e hidrelétricas.
Imagens de projetos de energias renováveis e modernização de hidrelétricas ilustram essa tendência de diversificação do investimento chinês, que também contempla novas fronteiras de produção, como a Margem Equatorial.
Relações diplomáticas e impacto na atração de investimentos
A guerra tarifária iniciada pelos EUA, ao impor sobretaxa adicional às exportações brasileiras, tende a fortalecer ainda mais o relacionamento do Brasil com a China, avalia Cariello. Com as relações diplomáticas com os Estados Unidos tensionadas, o alinhamento com a China, considerada uma parceira de peso, tem potencial para impulsionar um aumento nos investimentos.
Oportunidades futuras: petróleo, minerais e regulações
O especialista aponta que novas frentes de investimentos chineses podem surgir no Brasil, especialmente na exploração de petróleo, gás e minerais estratégicos como lítio, cobre e terras-raras, essenciais na tecnologia de ponta e na transição para uma economia de baixo carbono. Investimentos nesse setor mineral, apoiados por um possível marco regulatório, podem fortalecer a produção e agregar valor localmente, com geração de empregos.
Assim, o Brasil mantém seu papel como destino importante para a China, em um cenário de maior diversificação de setores e de fortalecimento das relações bilaterais, mesmo diante de desafios geopolíticos.
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