Brasil, 5 de setembro de 2025
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Indústrias brasileiras buscam aliados nos EUA contra tarifa de Trump

Industriais brasileiros articulam com empresários dos EUA uma ação conjunta para pressionar o governo de Donald Trump a negociar a tarifa sobre produtos brasileiros

Em uma missão liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), representantes de federações industriais de diversos estados do Brasil estão nos Estados Unidos para fortalecer a articulação contra as tarifas impostas pelo governo americano. A iniciativa visa pressionar Washington a abrir diálogo e buscar uma solução para o conflito tarifário que atrapalha as exportações brasileiras.

Unidade do setor industrial brasileiro na pressão aos EUA

Participam da missão os dirigentes das federações das indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Paraná (FIEP), Paraíba (FIEPB), Rio de Janeiro (FIRJAN), Rio Grande do Norte (FIERN), Santa Catarina (FIESC), Goiás (FIEG) e São Paulo (FIESP). Segundo Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, o objetivo é criar uma sinergia entre os empresários brasileiros e americanos para que ambos os governos possam dialogar e superar a crise.

“O setor industrial brasileiro articulou com parceiros americanos para que também pressionem o governo dos EUA em busca de um consenso para superar a crise. Estamos trabalhando juntos para que ambos os governos se sentem à mesa e encontrem uma saída para esse impasse”, afirmou Roscoe.

Composição da missão e expectativas

A ação, que contou com encontros em Washington, reuniu cerca de 80 empresários brasileiros e 50 norte-americanos, além de representantes de associações de setores industriais. De acordo com André Rocha, presidente da FIEG, a estratégia inclui tentar diminuir as tarifas ou ampliar a lista de produtos isentos.

“Estamos tratando com as contrapartes, com a Câmara de Comércio Americana, a US Chamber, justamente para tentar reduzir as tarifas ou conseguir também uma nova lista de exceções”, explicou Rocha.

Diálogo técnico para evitar equívocos políticos

Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou que a missão busca estabelecer critérios técnicos para a negociação, além de combater possíveis equívocos de ordem política entre os países. “Queremos garantir uma porta de diálogo, uma mesa de negociação onde argumentos técnicos predominem e gere alternativas para enfrentar possíveis entendimentos errôneos de caráter político ou geopolítico”, afirmou Alban.

Contexto de interferências políticas e tarifas americanas

O tarifaço faz parte de uma série de ações dos Estados Unidos para interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, relacionados a tentativas de golpe de Estado. A atuação do deputado Eduardo Bolsonaro, morando nos EUA, em favor de sanções contra o Brasil, também é investigada pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República.

Os EUA elevaram as tarifas para 50% sobre produtos brasileiros, uma das maiores patamares na atual guerra comercial. Além disso, o governo Trump assinou uma Ordem Executiva considerando o Brasil uma ameaça à segurança nacional, uma classificação que remete às políticas adotadas contra Cuba, Venezuela e Irã.

Ações do governo brasileiro diante das tarifas

O governo brasileiro anunciou, no dia 13 de agosto, medidas de apoio às empresas afetadas pelas sobretaxas, incluídas no chamado Plano Brasil Soberano. Entre elas, destacam-se novas linhas de crédito com recursos do Fundo Garantidor de Exportações, no valor de R$ 30 bilhões, para fortalecer o setor produtivo e proteger empregos.

Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, esses fundos serão utilizados para oferecer financiamentos acessíveis às empresas mais dependentes das exportações para os EUA, especialmente as pequenas e médias, que também poderão recorrer a fundos garantidores para obter crédito, desde que mantenham os empregos.

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