O candidato econômico do presidente Donald Trump, Stephen Miran, foi ouvido nesta quinta-feira pelo Senado e afirmou que exercerá suas funções no Federal Reserve com total independência, caso seja nomeado para uma vaga no banco central. Sua nomeação pode ocorrer ainda neste mês, priorizando a próxima decisão sobre a manutenção ou redução das taxas de juros.
Miran e a independência do Fed
Durante o depoimento, Miran ressaltou que, se confirmado, irá atuar de forma independente, baseado em análises econômicas e dados objetivos, afastando-se de interferências políticas. “Se eu for confirmado, agirei de forma independente, com base na minha análise econômica, pois essa independência é essencial para a estabilidade do sistema financeiro”, afirmou. Ele pode ocupar a vaga deixada por Adriana Kugler, que renunciou recentemente.
Contexto político e pressões de Trump
Miran, atualmente à frente do conselho de assessores econômicos da Casa Branca, é um defensor das políticas de Donald Trump, incluindo tarifas elevadas e pressões para que o Fed reduza as taxas de juros, favorecendo empréstimos e atividade econômica. Sua posição despertou preocupações entre opositores democratas, que temem influência excessiva do Executivo sobre o banco central.
Reação internacional e críticas
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou sobre os riscos à autonomia do Fed. “A perda de independência da política monetária seria um perigo sério para o mundo”, afirmou, destacando que a autonomia da instituição é fundamental para alcançar metas de estabilidade econômica.
Implicações da nomeação e próximos passos
Se confirmado, Miran terá mandato válido até o final de janeiro de 2026. Sua confirmação é vista como prioridade pelo governo, que deseja influenciar a política de juros do Fed nesta próxima reunião, marcada para os dias 16 e 17 de setembro. Caso assumido, ele substituirá uma figura que vinha enfrentando pressões públicas e internas.
Reações internas e controvérsias
Durante a audiência, Miran surpreendeu ao esclarecer que não planeja renunciar ao seu cargo de presidente do Conselho de Avaliação Econômica (CEA), mas que pretende tirar uma licença sem remuneração durante o período em que atuar no Fed. Essa postura reforça a expectativa de forte influência de Trump na política econômica do banco central.
Por outro lado, figuras como Lagarde reforçam que manter a independência do Fed é vital para evitar interferências políticas na política monetária, que deve ser orientada por análises técnicas e dados econômicos.
À oposição, o nome de Miran e a tentativa de reforçar a influência do Executivo sobre o Fed representam um risco de enfraquecimento da credibilidade da instituição. “A autonomia do banco central é uma das bases da estabilidade econômica global”, afirmou um assessor do Congresso.