Na madrugada desta quinta-feira (4/9), mais 100 imigrantes brasileiros retornaram ao Brasil em um voo da “Operação Acolhida”, uma iniciativa do governo brasileiro. Desde fevereiro, cerca de 1,8 mil pessoas foram repatriadas, a maioria procedente dos Estados Unidos. O voo aterrissou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, Minas Gerais.
A intensificação do processo de repatriação
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a quantidade de deportações tem aumentado significativamente. “Recentemente, mudamos para um voo semanal, o que já mostra a intensidade do processo de deportação em andamento nos Estados Unidos. Desde fevereiro, realizávamos operações quinzenais, mas, há um mês, passamos a realizar voos semanais, evidenciando uma intensificação das políticas migratórias americanas”, disse a pasta.
A “Operação Acolhida” faz parte do programa “Aqui é Brasil”, que visa garantir que os repatriados recebam atendimento humanizado e apoio psicossocial, além de transporte até suas cidades de origem e acompanhamento para reintegração social.
O perfil dos repatriados
Os dados do MDHC revelam que a maioria dos repatriados são homens desacompanhados, totalizando 80% do grupo. As mulheres representam 15%, enquanto 2% são membros de famílias e 2% estavam sob custódia da Justiça. Também foi identificado um homem e uma mulher que retornaram ao Brasil devido a questões médicas.
Dentre os repatriados, 84% são homens e 16% mulheres. A maior parte encontra-se na faixa etária economicamente ativa, com 42% tendo entre 30 e 39 anos, 28% entre 18 e 29 anos e 21% entre 40 e 49 anos. Há registros de pessoas com mais de 60 anos, que representam 3% do total, além de um caso de uma criança de até 4 anos de idade.
O impacto da imigração e das políticas americanas
O aumento no fluxo de imigrantes brasileiros retornando ao país coincide com mudanças nas políticas de imigração dos EUA, especialmente após a chegada do presidente Donald Trump ao governo. A nova abordagem adotada pela administração americana tem criado um desafio significativo para muitos imigrantes, resultando em um número crescente de repatriações.
As autoridades também ressaltam a importância de assegurar que os repatriados recebam suporte necessário para se reintegrar à sociedade brasileira, com serviços personalizados que possibilitem ajustes em sua nova realidade.
A importância da assistência humanitária
O governo brasileiro enfatiza seu compromisso em oferecer uma assistência humanitária adequada aos repatriados, reconhecendo o impacto emocional e psicológico que a deportação pode causar. Segundo o MDHC, o suporte oferece não apenas um retorno material, mas também a possibilidade de recuperação e reestabelecimento na vida cotidiana, algo fundamental para garantir dignidade a essas pessoas.
Entre os serviços oferecidos estão o apoio psicológico, orientação profissional e oportunidades de capacitação, fundamentais para a reintegração os brasileiros à vida laboral e social. Essa abordagem busca não apenas promover a segurança e bem-estar dos repatriados, mas também fortalecer a comunidade como um todo.
À medida que a “Operação Acolhida” avança, o governo continua a monitorar e ajustar suas políticas migratórias para melhor atender os cidadãos brasileiros que, por razões diversas, se encontram fora do país. As próximas etapas da operação têm como objetivo ampliar o alcance da assistência e garantir que todos os repatriados possam retornar a um ambiente que propicie oportunidades e inclusão.
Com um total de 1,8 mil repatriações realizadas desde fevereiro, a expectativa é que os esforços do governo resultem na criação de um sistema robusto de apoio, reafirmando a responsabilidade do Brasil em cuidar de seus cidadãos, não importa onde estejam.