Brasil, 4 de setembro de 2025
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Google é condenado a pagar US$ 425 milhões por violar privacidade nos EUA

Empresa será responsável por indenizar quase 100 milhões de usuários após coleta ilegal de dados, mesmo quando optaram por desativar rastreamento

A empresa Google foi condenada a pagar US$ 425,7 milhões (R$ 2,3 bilhões) nos Estados Unidos por danos causados a aproximadamente 98 milhões de usuários, devido à violação de privacidade, segundo decisão do júri de um tribunal federal em São Francisco, Califórnia. A condenação foi confirmada pela própria empresa em comunicado oficial.

Privacidade violada e coleta de dados indevidos

Segundo a sentença, o Google continuou a coletar dados privados de usuários de aplicativos em smartphones, mesmo após estes terem desativado as configurações de rastreamento, especialmente a opção de acompanhar a “Atividade na Web e em aplicativos”.

Os demandantes alegaram que a coleta continha informações de serviços como Chrome, Google Maps e Google News, violando as próprias políticas de privacidade. “Este caso trata sobre a interceptação ilegal, por parte do Google, das atividades privadas dos consumidores em aplicativos de dispositivos móveis”, denunciaram os advogados na ação coletiva apresentada em julho de 2020.

Decisão e impacto para o mercado de tecnologia

O júri concluiu que a gigante da internet infringiu os direitos de privacidade dos usuários ao continuar a coleta de dados mesmo após a desativação das configurações de privacidade. Essa decisão ocorre um dia após um juiz federal em Washington rejeitar uma ação do governo dos EUA que buscava obrigar a venda do Chrome pelo Google, na esteira de uma acusação de práticas de concorrência desleal.

O porta-voz do Google, José Castaneda, afirmou que a empresa recorrerá da decisão, alegando que ela interpreta de forma equivocada o funcionamento de seus produtos. “Nossas ferramentas de privacidade oferecem às pessoas controle sobre seus dados, e quando desativam a personalização, respeitamos essa escolha”, declarou.

Contexto e repercussões na privacidade digital

O caso reforça a pressão sobre o Google, que há anos busca equilibrar a monetização via anúncios segmentados — fundamental para sua lucratividade — com a proteção à privacidade dos usuários. A empresa tem trabalhado na substituição dos cookies de rastreamento, considerados invasivos, por mecanismos menos invasivos, mas que mantenham a eficácia na segmentação de anúncios.

Implicações legais e futuras ações

O valor fixado na condenação é a terceira multa aplicada pela Comissão Nacional de Informática e Liberdades na União Europeia contra o Google, após multas de € 100 milhões em 2020 e € 150 milhões em 2021, também relacionadas ao uso de cookies.

Para especialistas, o julgamento nos EUA marca um momento importante na regulação da privacidade internacional, sinalizando maior fiscalização sobre as práticas de coleta de dados por empresas de tecnologia. O Google continuará a lutar na Justiça, mas o caso simboliza a crescente preocupação global com a proteção de informações pessoais na era digital.

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