Brasil, 4 de setembro de 2025
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Família Coelho Diniz se torna maior acionista do GPA

A família mineira assume posição de destaque no Grupo Pão de Açúcar, com 24,6% das ações, buscando influenciar a gestão e estratégias da varejista

A família Coelho Diniz, tradicional no setor de supermercados de Minas Gerais, tornou-se a maior acionista do Grupo Pão de Açúcar (GPA), com participação de 24,6%, superando os franceses do Casino, que detêm 22,5%. Essa mudança marca uma nova fase na gestão da varejista, fundada por empreendedores com o sobrenome Diniz, embora sem relação de parentesco com Abilio Diniz, ex-presidente do grupo.

Intenções da família no GPA

Com base em sua experiência no varejo, a família Coelho Diniz avalia que pode contribuir com maior eficiência operacional, redução de dívidas e planejamento estratégico do GPA. Segundo advogado especialista em mercado financeiro, Arthur Longo Ferreira, mesmo com 24,5% das ações ordinárias, eles não detêm controle acionário, mas possuem força relevante para influenciar decisões, ganhar espaço no Conselho e atuar em assembleias.

Estratégia de expansão e influência

A presença dos irmãos — Alex Sandro, André Luiz, Fábio, Helton e Henrique Coelho Diniz — no quadro acionário começou a ganhar corpo com compras acumuladas ao longo de 2025. Em agosto, atingiram 24,6% das ações. A estratégia visa diversificar negócios, expandir para o maior mercado do país, São Paulo, e atuar no setor de varejo premium, lojas de proximidade e e-commerce. Desde 1992, eles consolidaram-se no varejo mineiro, com 22 supermercados e atuação em áreas como agronegócio e logística.

Repercussões e desafios atuais

O GPA enfrenta desafios financeiros, com uma dívida de R$ 2,6 bilhões, ações cotadas a cerca de R$ 3,77 e prejuízo de R$ 385 milhões no primeiro semestre de 2025. Ainda assim, analistas consideram que a redução da inflação de alimentos deve impulsionar o desempenho futuro do setor e do grupo. O valor de mercado do GPA está estimado em R$ 1,8 bilhão, com ações em alta de 17% nos últimos 12 meses.

Reformas no conselho e movimentos de acionistas

Na semana passada, os cinco irmãos solicitaram a destituição do conselho de administração, buscando maior representatividade conforme a nova participação acionária. Uma assembleia foi convocada, e a proposta de mudança reflete a intenção de fortalecer sua presença na gestão do GPA. O atual presidente do conselho, Ronaldo Iabrudi, que já não faz mais parte da chapa, permanece no cargo até o final do mandato, previsto para agosto de 2027.

Expansão para o mercado de São Paulo

A estratégia dos Coelho Diniz tem como foco expandir a presença no maior mercado do Brasil. A aquisição gradual de ações, que começou em fevereiro com 5%, atingiu 24,6% em agosto, incluindo compras de ações de outros investidores, como o empresário Nelson Tanure. A família busca diversificar os negócios, apostando em segmentos de maior valor agregado e na estratégia de crescimento sustentável.

Perspectivas futuras

Analistas do mercado apontam que a movimentação de acionistas deve continuar, com o Casino, maior acionista do GPA, considerando vender sua participação. A desvalorização cambial é um obstáculo, mas há redes estrangeiras demonstrando interesse em adquirir ações do grupo. A família Coelho Diniz demonstra otimismo, fazendo planos para crescer de forma estruturada e consolidar sua influência no setor varejista.

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