As exportações brasileiras para os Estados Unidos registraram uma queda de 18,5% em agosto, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A redução ocorre em meio ao impacto do “tarifaço” de 50% imposto pelo governo do ex-presidente Donald Trump, que entrou em vigor em 6 de agosto.
Efeito do tarifão e saldo do comércio bilateral
Apesar da diminuição nas vendas ao mercado norte-americano, as exportações totais para os EUA somaram US$ 2,76 bilhões no mês. Em contrapartida, as importações de produtos americanos aumentaram 4,6%, atingindo US$ 3,99 bilhões, o que resultou em um déficit de US$ 1,23 bilhão na balança comercial com os EUA em agosto.
O resultado de agosto fez a corrente de comércio entre os dois países cair 6,3%, ficando em US$ 6,76 bilhões. No acumulado do ano, as exportações brasileiras cresceram 1,6%, totalizando US$ 26,58 bilhões, enquanto as importações aumentaram 11,4%, chegando a US$ 29,97 bilhões, sempre em relação ao mesmo período de 2024.
Impacto na balança comercial brasileira
Em agosto, a balança comercial do Brasil registrou superávit de US$ 6,13 bilhões, ao contabilizar exportações superiores às importações (Fonte). O saldo positivo evidencia que as vendas externas superaram as compras internas no período.
Na comparação com agosto de 2024, as exportações tiveram alta de 3,9%, atingindo US$ 29,86 bilhões, enquanto as importações recuaram 2%, totalizando US$ 23,73 bilhões. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, a balança comercial soma um saldo positivo de US$ 48,8 bilhões, com exportações de US$ 227,58 bilhões (crescimento de 0,5%) e importações de US$ 184,77 bilhões (alta de 6,9%).
Perspectivas para o comércio externo em 2025
Apesar da queda nas vendas ao mercado dos EUA em agosto, o aumento na corrente de comércio, que atingiu US$ 53,59 bilhões em agosto — crescimento de 1,2% em relação a 2024 — indica uma recuperação gradual. Ao longo do ano, o total de comércio externo brasileiro chegou a US$ 412,35 bilhões.
Especialistas avaliam que o impacto do tarifão deve se estender para além de agosto, influenciando as negociações e os preços nos setores exportador e importador. A dinâmica do comércio bilateral permanece sensível às políticas comerciais de Washington, além de fatores globais e das estratégias de diversificação das exportações brasileiras.
