Concluído na quarta-feira, 3 de setembro, o seminário nacional “Educar para a paz em tempos de guerra” foi realizado em Frascati e trouxe à tona temas relevantes sobre a construção de relacionamentos baseados em amor e partilha. O evento, promovido pela Caritas Italiana e pelo Escritório Nacional para os Problemas Sociais e o Trabalho da Conferência Episcopal Italiana (CEI), reuniu agentes pastorais de diversas dioceses italianas, que debateram maneiras de empreender iniciativas de pacificação e a complexidade dos conflitos atuais.
Respostas ao chamado de Papa Leão XIV
Os organizadores do seminário destacaram que o evento, que durou três dias, foi uma resposta direta ao convite do Papa Leão XIV. Em junho, o Papa pediu que cada diocese desenvolvesse caminhos de educação para a não-violência e promovesse iniciativas de mediação em conflitos locais. Além disso, fez um apelo por projetos de acolhimento que contribuíssem para transformar o medo do outro em oportunidades de encontros e diálogos construtivos.
A paz fundamentada na verdade
O padre Marco Pagniello, diretor da Caritas Italiana, enfatizou a importância das palavras e de seus significados, citando a encíclica Pacem in Terris. Segundo ele, “a paz se baseia na verdade, na justiça, no amor e na liberdade”. Ele reforçou que “não há paz possível se não estiver enraizada na verdade que a história nos entrega e que interpela a nossa consciência”. Essas reflexões foram centrais ao longo do seminário, enfatizando que a verdadeira paz é construída a partir de um entendimento profundo e honesto da realidade.
Conflitos e injustiças no mundo
Durante o seminário, o padre Bruno Bignami, também diretor do Escritório Nacional para os Problemas Sociais e o Trabalho da CEI, trouxe à tona um dado alarmante: o mundo enfrenta atualmente 56 guerras em curso, que trazem sofrimento e destruição, afetando sonhos, histórias e vidas humanas. Ele alertou: “Não nos resignemos ao cinismo das armas e ao fatalismo dos conflitos. A Igreja tem a responsabilidade de formar consciências críticas, capazes de denunciar as injustiças e gerar caminhos de reconciliação”. Essa afirmação ecoou entre os participantes, que se comprometeram a buscar soluções pacíficas e justas para as problemáticas enfrentadas nas comunidades que atendem.
Um apelo à ação
No encerramento do encontro, os organizadores lançaram um apelo não apenas às instituições, mas também à sociedade civil, ressaltando que a guerra não deve ser vista como um meio inevitável para resolver conflitos internacionais. Eles enfatizaram que não existe uma “guerra justa”. Assim, pediram aos meios de comunicação que contribuam na formação de cidadãos conscientes, alertando para os perigos da violência e do “monstruário” que pode ser criado a partir da desinformação e da normalização da guerra.
Os organizadores exortaram tanto a sociedade civil quanto a cristãos a se tornarem agentes de paz, incentivando a formação de fiéis e cidadãos comprometidos com o diálogo e a busca de soluções para os conflitos. Essa mobilização é fundamental para estabelecer uma cultura de paz e promover um verdadeiro entendimento interpessoal, desafiando a desconfiança e o preconceito.
O seminário em Frascati, ao abordar esses temas cruciais, não só reforçou o compromisso da Igreja com a construção da paz, mas também inspirou os participantes a se tornarem protagonistas em suas respectivas comunidades, promovendo a justiça e a reconciliação, essenciais para enfrentar os desafios contemporâneos.
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