Um documento classificado do IDF que está circulando entre as forças armadas israelenses conclui que a operação “Carros de Gideão”, lançada contra o Hamas em maio, não conseguiu cumprir suas metas essenciais. A informação foi divulgada pelo Canal 12, que obteve partes do documento que foi distribuído na semana passada pelo Centro de Informação Operacional das forças terrestres do exército e já foi visto por várias brigadas.
Objetivos não alcançados
Segundo o relatório, a operação falhou em derrubar o Hamas militarmente e em libertar os reféns. Essa avaliação interna se contrapõe às declarações públicas do Chefe do Estado-Maior da IDF, Eyal Zamir, e de outros oficiais seniores, que elogiaram a operação. No entanto, o documento destaca que “Israel cometeu todos os erros possíveis” durante a campanha.
A análise acusa o exército de agir de maneira “contrária à sua própria doutrina militar”, fornecendo recursos ao inimigo por meio de ajuda humanitária, falhando em impor pressão temporal, gerenciando mal os recursos e, em última instância, esgotando suas próprias forças enquanto erodia o apoio internacional.
Condições favoráveis ao Hamas
O documento ainda indica que o Hamas aproveitou todas as condições necessárias para sobreviver e reivindicar sucesso, incluindo recursos, território seguro e um método apropriado de combate. A avaliação critica a abordagem israelense, destacando que o país se apoiou mais na “lógica da dissuasão do que na vitória decisiva” ao buscar um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns com o grupo.
A análise aponta também para a “incompetência” na formulação e distribuição da ajuda, que possibilitou ao Hamas montar uma campanha de “falsa fome” com sucesso. O relatório adverte que a IDF fez manobras repetidas nas mesmas áreas, em um ritmo lento, priorizando a evitação de baixas em detrimento do sucesso da missão.
Desafios enfrentados pela IDF
Entre os problemas destacados estão a perda de pessoal, o desgaste do equipamento e a preparação inadequada para a guerra de guerrilha. Canal 12 acrescenta que oficiais que revisaram o documento questionaram se o exército aprendeu as lições necessárias para sua próxima investida planejada em Gaza City, marcada para outubro.
Apesar das falhas apontadas, o relatório observa que muitos dentro do exército atribuem à operação uma redução das exigências do Hamas nas negociações de reféns. A pressão adicional, supostamente, aumentou o número de cativos que o grupo estava disposto a liberar em um acordo.
O futuro da operação militar
Com a análise dos erros cometidos durante a operação “Carros de Gideão”, uma dúvida persiste entre os analistas e militares: qual será a abordagem da IDF nas próximas ações em Gaza? A pressão internacional, a dinâmica do conflito e a própria estratégia do Hamas são fatores que podem moldar o caminho a seguir.
Os desafios de um conflito prolongado e a busca por soluções podem levar a Israel a repensar suas táticas. As lições aprendidas deste relatório interno precisarão ser consideradas para evitar a repetição dos mesmos erros em missões futuras, especialmente em um cenário tão volátil e imprevisível como o atual.
À medida que a IDF se prepara para suas próximas manobras, a expectativa sobre como lidará com as questões de segurança e negociações humanitárias continua a ser um tema central no debate sobre a estabilidade na região.