Brasil, 4 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

CPMI intimou “Careca do INSS” e empresário para depor sobre fraudes

A CPMI do INSS intimou Antônio Carlos Antunes e Maurício Camisotti para depor sobre fraudes que renderam bilhões em descontos indevidos.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes relacionadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) obteve sucesso ao intimar Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido popularmente como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti. As oitivas estão marcadas para os dias 18 e 15 de setembro, respectivamente.

Intimações e o cenário da investigação

No início da sessão da CPMI, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que pediu à Polícia Legislativa que intimasse pessoalmente o “Careca do INSS”, uma vez que a defesa do intimado não havia respondido às convocações anteriores feitas pelo colegiado.

O escândalo envolvendo o INSS começou a ganhar notoriedade em dezembro de 2023, após uma série de reportagens publicadas pelo Metrópoles. As investigações mostraram que as associações de aposentados, envolvidas em práticas fraudulentas, conseguiram arrecadar R$ 2 bilhões em um ano, enquanto enfrentavam milhares de processos por fraudes associativas. Esse aumento exponencial levou a uma análise mais aprofundada dos métodos utilizados por essas organizações.

Impacto das investigações

As reportagens do Metrópoles foram fundamentais para a abertura de inquéritos pela Polícia Federal (PF) e auxiliaram nas investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias publicadas pelo portal foram utilizadas pela PF como base na representação que deu origem à Operação Sem Desconto. Esta operação, deflagrada no dia 23 de abril deste ano, culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

O papel de “Careca do INSS” e de Maurício Camisotti

Antônio Carlos Camilo Antunes, famoso como “Careca do INSS”, atuava com procurações de diversas associações para representar seus interesses perante o Instituto. As quebras de sigilo bancário revelaram que ele e suas empresas realizaram pagamentos para familiares de ex-dirigentes do INSS, uma prática que evidencia a profundidade das fraudes. Além disso, ele recebia uma comissão de 27,5% sobre cada desconto que conseguia aplicar nas aposentadorias dos segurados.

Por outro lado, o empresário Maurício Camisotti é acusado de controlar três entidades que, desde 2021, lucraram mais de R$ 1 bilhão através de descontos indevidos, utilizando laranjas para camuflar os crimes. O esquema, além de causar prejuízos financeiros aos aposentados, levantou questões sérias sobre a eficácia da fiscalização nas associações e a necessidade de medidas mais rígidas para combater fraudes no sistema previdenciário.

A expectativa das oitivas

A intimação de figuras centrais como “Careca do INSS” e Maurício Camisotti é um passo significativo na busca por justiça e responsabilização dentro do escândalo do INSS. As audiências prometem revelar novos detalhes sobre a atuação das associações envolvidas e a relação delas com o Instituto, além de possíveis conivências de servidores públicos. O Brasil aguarda com expectativa os depoimentos, que podem não apenas esclarecer os fatos, mas também ajudar a evitar que fraudes semelhantes ocorram no futuro.

Com um olhar atento da sociedade e da mídia, a CPMI busca iluminar as sombras que cercam o INSS e restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições que devem protegê-los.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes