A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realiza a quinta sessão nesta quinta-feira (4/9), às 9 horas. Na pauta, há 56 requerimentos, dos quais 13 são pedidos de informações relacionadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Detalhes dos requerimentos na CPMI
Os requerimentos pedem à Polícia Federal (PF) informações sobre as viagens internacionais realizadas pelo lobista nos últimos cinco anos, entradas e saídas do território nacional, e informações sobre carros apreendidos no âmbito das investigações da Operação Sem Desconto. Ademais, há pedidos para a derrubada do sigilo de 100 anos impostos sobre o trânsito de Antônio Carlos nas dependências do Congresso Nacional.
Como mostrou o Metrópoles, o Senado Federal impôs sigilo sobre as visitas do lobista à Casa e se recusa a prestar informações sobre a entrada de representantes da entidade investigada, Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB).
Expectativas e próximos passos da CPMI
Na prática, mesmo com os requerimentos eventualmente aprovados, os parlamentares do colegiado já consideram certo que o Senado irá negar acesso às informações sobre quem o Careca do INSS visitou. Dessa forma, integrantes da CPMI defendem que o tema seja judicializado para que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida.
Quem é o Careca do INSS?
Lobista conhecido como Careca do INSS, Antônio Carlos Camilo Antunes, tinha procurações das associações para atuar em seus nomes perante o INSS. Quebras de sigilo bancário mostraram pagamentos dele e de suas empresas a parentes de ex-dirigentes do INSS, revelando um esquema de corrupção que levava ao recebimento de 27,5% de cada desconto sobre aposentadorias que conseguia para o grupo.
O escândalo do INSS e suas repercussões
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com os descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, alcançando R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e forneceram informações valiosas para as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Até o momento, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Na medida em que a CPMI avança em suas investigações, a sociedade acompanha atentamente as revelações que vêm à tona, uma vez que os desdobramentos deste caso podem impactar diretamente a confiança pública nas instituições responsáveis pela previdência social no Brasil.