No início da manhã desta quinta-feira (4), uma operação das polícias Civil e Militar na Vila Aliança, situada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, resultou em um intenso confronto com criminosos ligados ao tráfico de drogas. Durante a ação, um cinegrafista do canal Factual RJ foi brutalmente agredido por integrantes da facção criminosa, gerando preocupações sobre a segurança dos profissionais de imprensa que cobrem esses eventos violentos. A operação buscava prender chefes do tráfico que controlam a área e estão envolvidos em crimes brutais, incluindo o assassinato de jovens da comunidade.
Atentado a cinegrafista durante operação
O cinegrafista, que não teve o nome divulgado, foi espancado enquanto filmava barricadas em chamas dentro da comunidade. De acordo com o relato do dono do canal, ele foi sequestrado por um grupo de mais de 15 bandidos armados, que o agrediram com coronhadas de fuzil e quebraram seu equipamento. O cinegrafista foi resgatado por policiais militares do Batalhão de Choque e levado para o Hospital Albert Schweitzer, onde o seu estado de saúde foi considerado estável, mas ele permanece internado para exames.
A motivação para o ataque ao cinegrafista parece estar ligada à sua cobertura da violência dentro da comunidade e ao risco que representa para os criminosos. A Polícia Militar afirmou que a ação foi planejada com base em informações de inteligência sobre as atividades dos criminosos na localidade.
Seis mortos e a busca pelos traficantes
Durante os confrontos, seis criminosos foram mortos, incluindo aqueles que mantinham um pastor e uma criança como reféns. Este desfecho resulta de um esforço concentrado para prender traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), que se tornaram alvos após a morte brutal da jovem Sther Barroso dos Santos, no mês passado. A operação foi caracterizada por um intenso tiroteio, que levou à suspensão das atividades de trens e ônibus na área, além de bloqueios em várias vias principais, como a Avenida de Santa Cruz e a Estrada do Taquaral.
Os alvos da operação, identificados como Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, e José Rodrigo Gonçalves Silva, apelidado de Sabão, têm uma longa história de crimes violentos na região. O Coronel é apontado como o responsável pelo assassinato de Sther, enquanto Sabão foi acusado de ordenar um ataque armado a um helicóptero da polícia, que resultou em um policial gravemente ferido.
Condições adversas para a população e profissionais de imprensa
O clima de violência não só afetou os envolvidos diretamente nas operações, como também prejudicou a rotina de quem vive nas proximidades. Algumas pessoas que estavam na Estação Senador Camará da Supervia tiveram que se jogar no chão dos vagões para escapar dos disparos. Alunos da escola GET Mario Fernandes Pinheiros também foram forçados a se abrigar durante o tiroteio.
A operação envolveu diversas unidades policiais, incluindo a Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil e Militar, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), destacando a ampla mobilização das forças de segurança na luta contra o tráfico de drogas na região.
O caso de Sther Barroso dos Santos
O caso de Sther, que tinha apenas 22 anos, chocou a comunidade. Ela foi assassinada de forma brutal após sair de um baile funk, e relatos indicam que sua morte foi motivada por sua recusa em se envolver com o traficante Coronel. A jovem sonhava em melhorar de vida e ajudava sua família, mas foi tragicamente levada por um ciclo de violência que se perpetua na comunidade.
Este cenário dramático destaca não apenas a violência do tráfico, mas também a necessidade urgente de um maior amparo para os profissionais de imprensa que arriscam suas vidas para documentar a realidade no Brasil. A sociedade precisa reconhecer e valorizar o trabalho desses profissionais, que muitas vezes são as vozes das comunidades afetadas pela criminalidade.
As autoridades, por sua vez, precisam intensificar suas ações no combate ao tráfico, mas também no asseguramento da proteção de todos os cidadãos, incluindo os que buscam informar o público sobre a realidade nas áreas afetadas.