Brasil, 4 de setembro de 2025
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BRB busca alternativas após rejeição de compra do Banco Master pelo BC

O banco BRB tenta reverter a decisão do Banco Central de bloquear aquisição de participação no Banco Master, em negociação que dura meses

O BRB deve procurar novas estratégias para manter a compra do Banco Master, após o Banco Central (BC) indeferir a operação anunciada em março, segundo fontes próximas da negociação. A rejeição ocorreu nesta quarta-feira, e o regulador ainda não explicou os motivos, o que levou as partes a solicitar detalhes para avaliar possíveis alternativas.

Decisão do BC e possibilidades do BRB

O BC recusou a operação de compra de 49% do Banco Master, uma decisão que, de acordo com fontes, foi aprovada pela diretoria colegiada, dificultando recursos ao regulador. Em seu comunicado, o BRB deixou aberta a possibilidade de uma nova tentativa, reforçando que vê a operação como oportunidade estratégica de geração de valor para o banco, seus clientes, o Distrito Federal e o sistema financeiro nacional.

Reações e próximas ações

Conforme apurou o Globo, inicialmente o comunicado não mencionava que o negócio fosse uma oportunidade, limitando-se a informar o cancelamento do contrato devido à não aprovação do BC. Ainda assim, o banco estatal sinalizou que pode tentar novamente adquirir parte do Master, embora recorrer à Justiça seja considerado improvável devido à intervenção do regulador.

Pessoas próximas às negociações indicam que novas tentativas podem envolver uma oferta menor, focando possivelmente na aquisição apenas do Will Bank, parte do acordo de março, considerado um negócio mais seguro. Caso essa estratégia seja adotada, seria necessária nova autorização da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que já vetou a operação atual.

Riscos e dificuldades do cenário atual

Em razão da decisão, a movimentação precisa ser ágil. O BC pode decidir por uma intervenção no Banco Master, dado seu grave quadro de liquidez, o que poderia levar ao bloqueio de ativos, controladores e administradores. Nesse cenário, a compra dos ativos só estaria disponível em uma eventual liquidação do banco.

Além das dificuldades regulatórias, a operação sempre gerou questionamentos devido às dificuldades financeiras do Master e ao envolvimento de um banco público em um ativo considerado problemático. O banco cresceu rapidamente, oferecendo investimentos de risco elevado, com ativos ilíquidos e passivo bilionário, o que aumenta o risco para o sistema financeiro, caso haja uma intervenção ou falência.

Impactos potenciais e risco de crise

Se o Master entrar em liquidação, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que possui R$ 107,8 bilhões em liquidez, pode arcar com ressarcimentos consideráveis a investidores, principalmente aqueles com aplicações de até R$ 250 mil. Isso representa um potencial problema para o sistema financeiro, dada a magnitude do passivo do banco.

O balanço de 2024 aponta que o Master tinha R$ 12,4 bilhões de CDBs a vencer até o final do ano, contra um ativo total de R$ 18,3 bilhões. O estoque total de CDBs e CDIs atingia R$ 49,8 bilhões, indicadores que reforçam a complexidade do cenário.

Possíveis caminhos futuros

Se as partes insistirem na negociação, uma alternativa seria o BRB oferecer uma nova proposta, possivelmente com menor escopo. Contudo, o histórico de negociações e a rejeição pelo BC indicam que será difícil manter a operação nos moldes anteriores. Uma intervenção regulatória ainda é considerada uma ameaça real, caso o banco Master continue com graves problemas de liquidez.

Para evitar uma intervenção, uma saída poderia ser a aquisição apenas do Will Bank, que integrava o acordo. Nesse caso, a operação precisaria de nova autorização da Câmara Distrital do DF, já que a aprovação anterior foi anulada pelo órgão Legislativo.

Perspectivas e riscos do curto prazo

Toda essa movimentação deve acontecer de forma rápida, pois o BC pode optar por intervir na instituição privada, bloqueando ativos e controladores. Caso essa medida seja adotada, a venda de ativos seria feita apenas em uma liquidação, reformulando o cenário de compra.

A complexidade do quadro, marcada por dificuldades financeiras do Banco Master, alta iliquidez dos ativos e riscos de impacto no sistema financeiro, faz com que o caminho seja incerto, e a intervenção regulatória permanece uma possibilidade latente.

Mais detalhes sobre o andamento da negociação e os riscos associados podem ser acompanhados na reportagem do Globo.

Fonte: O Globo

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