Brasil, 4 de setembro de 2025
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Banco Master enfrenta possíveis caminhos após veto do BC à venda ao BRB

Analistas avaliam intervenções, venda de ativos ou liquidação como alternativas ao imbróglio do banco diante do veto do Banco Central

Após a negativa do Banco Central (BC) à venda do Banco Master ao BRB, analistas apontam que o banco enfrenta dois caminhos principais: intervenção ou liquidação, ou uma eventual venda no mercado. O cenário se tornou mais incerto após o órgão regulador entender que a operação apresentava riscos ao sistema financeiro, dificultando qualquer aproximação futura entre as partes.

Indícios de intervenção ou venda no mercado

Segundo especialistas, o BRB poderia refazer sua proposta de compra, mas as negociações começariam do zero, uma vez que o veto do BC impede a continuação do processo atual. Uma das possibilidades mais remotas, mas consideradas, é a intervenção ou liquidação do Master, que vem enfrentando sérias dificuldades de liquidez para cumprir seus compromissos, representando risco ao sistema financeiro.

Razões do veto e perspectivas futuras

Analistas interpretam que a decisão do BC foi motivada pelo entendimento de que não adiantava investir recursos em uma instituição com problemas estruturais, pois o risco ao sistema persistiria mesmo com a aquisição. Pedro Bittencourt, estrategista-chefe da MZM Wealth, afirma que “o tempo agora corre contra o Master, e sem uma negociação viável, o órgão regulador tende a optar por intervenção ou liquidação”.

Possibilidade de venda de ativos ou reestruturação

Apesar do veto, há quem acredite na possibilidade de venda fracionada dos ativos do banco, especialmente dos que ainda apresentam potencial de recuperação. Mário Nogueira, sócio do escritório NHM, considera que esse cenário é mais viável do que uma liquidação total, embora admita que a venda de pedaços do Master pode não gerar recursos suficientes para cobrir suas dívidas.

Risco de práticas de captação agressivas

Especialistas em regulamentação destacam que o banco vinha adotando uma estratégia de crescimento acelerado por meio de captação de alto risco, como CDBs com rendimento de até 140% do CDI — estratégia que o BC entende como prejudicial à estabilidade do sistema financeiro. Além disso, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) já concedeu linhas emergenciais ao banco, que possui uma reserva financeira consideravelmente baixa para o porte das operações.

Implicações e contexto político

Movimentos políticos e institucionais também estão atentos ao caso do Master, que, desde o anúncio da venda, gerou debates sobre suas conexões políticas e o impacto na estabilidade do setor bancário. A realização da operação foi vista por alguns como uma tentativa de “salvamento” do banco, controlado pelo empresário Daniel Vorcaro, conhecido pelas boas relações em Brasília, especialmente com integrantes do Centrão.

Futuro incerto e possíveis alternativas

Daniela Poli Vlavianos, advogada especialista, afirma que a melhor alternativa agora pode ser a venda segmentada de ativos, reforçando que o BC não deve ceder após a decisão de indeferimento. “A autoridade exerceu sua função de garantir a estabilidade financeira, e qualquer tentativa de reverter o veto precisaria de uma reconfiguração robusta do negócio”, avalia.

Além disso, há tendências de que o governo e órgãos reguladores possam adotar medidas específicas de supervisão, caso optem por manter o banco sob controle indireto ou realizar uma intervenção parcial, de modo a evitar riscos sistêmicos maiores.

Para os analistas, o cenário atual reforça a dificuldade de modelos de crescimento acelerado sem lastro sólido, além de evidenciar a elevada exposição do FGC e das instituições financeiras ao risco de créditos concedidos a instituições com operações instáveis.

Fonte: O Globo

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