Brasil, 4 de setembro de 2025
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Banco Central impede aquisição do Banco Master pelo BRB

A decisão foi motivada por preocupações com riscos de liquidez e sucessão de títulos de emissão do banco privado, mesmo após redução do negócio

O Banco Central do Brasil barraram, nesta quarta-feira, a aquisição do Banco Master pelo BRB, gerido pelo governo do Distrito Federal. A decisão, divulgada em fato relevante, não detalhou os motivos, mas indica preocupações regulatórias com a operação em meio ao risco de liquidez e à estrutura financeira do banco privado.

Razões por trás da decisão do Banco Central

Segundo fontes próximas ao tema, o BC tinha o receio de que a aquisição pudesse gerar riscos sistêmicos, devido sobretudo às condições financeiras do Master. A instituição, que cresceu de forma agressiva nos últimos anos, enfrentava desafios relacionados ao alto volume de CDBs emitidos, estimados em R$ 12,4 bilhões com vencimento até o final de 2025, além de ativos ilíquidos como precatórios e investimentos em empresas em dificuldades.

A análise do regulador apontou que, mesmo com a redução do tamanho do negócio, havia preocupação de uma eventual responsabilidade do BRB em caso de inadimplência do banco privado. Além disso, a estrutura de parte do passivo ainda não tinha um desenho definido, aumentando o nível de une as certezas sobre os riscos envolvidos.

Contexto econômico e jurídico do impasse

O negócio foi inicialmente anunciado em março, com a intenção de adquirir cerca de R$ 24 bilhões em ativos do Master, mas passou por sucessivas reduções. A versão final envolvia a compra de aproximadamente metade desse valor, com o dono do banco, Daniel Vorcaro, deixando de ter controle do futuro conglomerado. O valor total de ativos em negociação foi ajustado para R$ 12,4 bilhões, refletindo a cautela do BC.

Medidas como a Lei Magnitsky também estão no centro do cenário, com o banco público Brasil do Brasil considerando estratégias para se proteger de possíveis sanções internacionais, sobretudo dos Estados Unidos, que poderiam impactar o setor financeiro nacional. Além disso, ações do BRB chegaram a cair 8% após a decisão do BC, sinalizando o impacto de curto prazo no mercado.

Reações e próximos passos

O BRB afirmou que aguarda acesso às justificativas do Banco Central para definir os próximos movimentos. A instituição destaca sua confiança na estratégia adotada e espera continuar dialogando com o regulador para encontrar uma solução que evite maiores riscos ao sistema financeiro.

O dono do Master, Daniel Vorcaro, afirmou que o banco permanece confiante na sua estratégia, ressaltando que continuará avaliando alternativas diante da decisão do BC. Além disso, há um movimento político em curso, liderado pelo Centrão, para acelerar uma proposta no Congresso que daria poderes ao Legislativo para destituir a cúpula do Banco Central, o que aumenta a complexidade do cenário regulatório.

Especialistas alertam que o risco de uma quebra do Master, devido ao elevado volume de CDBs e ativos ilíquidos, poderia gerar custos elevados ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), prejudicando o sistema financeiro e o limite de garantias para os correntistas.

O Banco Central justificou sua decisão alegando que, apesar das reduções, ainda existiam riscos que poderiam comprometer a estabilidade financeira, além de apontar que o desenho final da operação ainda não estava consolidado. A expectativa é que, nos próximos dias, o órgão esclareça os critérios utilizados para sustentar sua decisão.

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