Brasil, 4 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Aliados de Bolsonaro reagem à defesa de Paulo Sérgio Nogueira

A estratégia de defesa do ex-ministro gera críticas e discussões entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante julgamento no STF.

No tribunal que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil, a estratégia de defesa do general Paulo Sérgio Nogueira tem gerado reações intensas entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A abordagem do defensor, ao transferir a responsabilidade pela suposta tentativa de golpe para Bolsonaro, provocou críticas não apenas nas redes sociais, mas também nos bastidores da política nacional. Durante o segundo dia de julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), este movimento tático tem sido amplamente discutido e contestado.

A reação dos aliados de Bolsonaro

O deputado Sanderson (PL-RS), um forte aliado de Bolsonaro, descreveu a manobra da defesa como “suicida”. Ele questionou a lógica da posição de Nogueira, argumentando que, se o general realmente testemunhou o ex-presidente sugerindo um golpe, por que ele permaneceu no governo até o final? “Jogou toda a responsabilidade no presidente sem apresentar nenhuma prova”, afirmou Sanderson, enfatizando que isso “pegou muito mal para um general quatro estrelas”.

A indignação de Sanderson reflete um sentimento mais amplo entre os aliados de Bolsonaro. Sob reserva, outros membros do seu grupo têm classificado a estratégia da defesa como “sorrateira” e “desleal”. Relatos indicam que até a própria família de Bolsonaro demonstrou incômodo ao acompanhar o julgamento, enquanto o ex-mandatário se encontra em prisão domiciliar.

Críticas ao processo judicial

Enquanto alguns aliados expressam seu desconforto com a defesa de Nogueira, outros focam suas críticas no próprio processo judicial. O ex-vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, questionou a integridade da ação penal: “É um processo viciado, onde uma mesma pessoa investigou, encaminhou a acusação e agora está julgando. Isso só existe em regimes totalitários”, declarou, aludindo às queixas de Bolsonaro sobre a condução do julgamento.

A voz dos críticos

O ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten, também se posicionou publicamente a respeito da situação. Em uma crítica contundente nas redes sociais, ele disse conhecer bem a dinâmica de certos grupos que cercavam o presidente e acusou-os de criarem teorias conspiratórias dentro do Gabinete Presidencial. “Não aceitarei mentiras neste momento em que sequer o presidente possa se defender”, declarou Wajngarten, reforçando que, apesar de respeitar as Forças Armadas, há uma tendência nos altos escalões de “vilanizar a política”.

O enredo do julgamento e suas implicações

Paulo Sérgio Nogueira é um dos oito réus do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista, e sua defesa tenta apresentar a narrativa de que o general teria atuado para impedir medidas de exceção sugeridas por Bolsonaro durante os últimos dias do governo. O advogado de Nogueira, Andrew Fernandes Farias, declarou que “a inocência do general, segundo a delação de Mauro Cid, principal testemunha de acusação, é manifesta”.

Esse caso remete aos momentos finais do governo Bolsonaro, quando se suspeitava que o ex-presidente e seu círculo próximo tinham um plano para continuar no poder, mesmo após a derrota nas urnas. Embora Nogueira tenha ocupado o Ministério da Defesa desde 2022 e possua uma carreira respeitável como general, sua continuidade no governo em meio a suspeitas de um golpe é questionada por aliados de Bolsonaro.

Desdobramentos e repercussão do julgamento

O julgamento de Nogueira carrega uma forte repercussão simbólica, evidenciando fragilidades institucionais e diferentes visões dentro do governo bolsonarista. A presença de líderes militares, ex-presidentes e da Suprema Corte no mesmo contexto expõe tensões que existiam na estrutura do governo anterior. A estratégia de deslocar a responsabilidade para Bolsonaro, até o momento, tem desencadeado críticas significativas entre seus apoiadores.

Do lado da defesa de Bolsonaro, a narrativa continua a ser de que o ex-presidente não esteve envolvido em nenhuma tentativa de golpe e que, inclusive, estava fora do país durante os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. O julgamento, que promete continua na próxima semana, manterá a atenção do público e poderá gerar novas reações entre os aliados de Bolsonaro, em um cenário político que permanece tenso e polarizado.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes