No último dia 3 de setembro, a comunidade de Teresina foi marcada por uma tragédia nas vias urbanas. José Renato, um ciclista de 57 anos, faleceu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após passar três meses internado em estado grave. Ele foi vítima de um atropelamento ocorrido na Avenida Zequinha Freire, na zona Leste da cidade, onde a falta de segurança para ciclistas se torna uma questão alarmante.
O atropelamento e suas consequências
Segundo informações da família, José Renato ficou tetraplégico após o acidente, que ocorreu no dia 31 de maio. Desde então, ele estava em estado crítico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HUT, enfrentando uma série de complicações até o seu falecimento, que foi causado por falência múltipla de órgãos. A dor da perda é ainda mais profunda dado o fato de que o motorista responsável pelo atropelamento fugiu do local sem prestar socorro, configurando uma violação do Código de Trânsito Brasileiro.
Clamor por justiça e segurança no trânsito
A perda de José Renato levantou um chamado por justiça por parte de seus familiares, que agora buscam responsabilizar o motorista. Para a família, a impunidade que acompanha casos como este é inaceitável, e eles esperam que as autoridades tomem medidas efetivas para garantir que o responsável enfrente as consequências de seus atos.
Além do clamor por justiça, a situação de José Renato expõe uma realidade preocupante: a falta de infraestrutura adequada para ciclistas em Teresina. Relatos de familiares indicam que havia um caminhão de gelo estacionado irregularmente na via onde ocorreu o acidente, em um trecho de tráfego intenso, dificultando a circulação segura dos ciclistas. A ausência de ciclovias na Avenida Zequinha Freire contribui ainda mais para o risco enfrentado por aqueles que se deslocam sobre duas rodas.
O impacto da falta de ciclovias
A situação de Teresina não é única. Dados do Censo 2022 apontam que mais da metade das cidades brasileiras não possuem trechos de ruas destinados a bicicletas, o que destaca um descompasso entre o aumento do uso das bicicletas como meio de transporte e a falta de infraestrutura segura. A questão é especialmente relevante em um contexto onde as ciclovias podem desempenhar um papel crucial na redução de acidentes e de mortes no trânsito.
Movimento por mais segurança
Movimentos sociais têm se organizado para exigir mais atenção do poder público em relação à segurança dos ciclistas. A implementação de políticas que garantam a construção de ciclovias e a fiscalização do trânsito são essenciais para evitar que tragédias como a de José Renato se repitam. Ativistas pedem que a gestão municipal inicie um diálogo com a comunidade, buscando entender as necessidades dos ciclistas e estabelecendo um plano de ação eficaz para garantir a segurança nas ruas.
A importância de uma mudança cultural no trânsito
Além das mudanças estruturais necessárias, é fundamental cultivar uma nova cultura de respeito no trânsito, onde motoristas e ciclistas possam coexistir de forma segura. Campanhas educativas sobre segurança viária e a necessidade de um comportamento responsável no trânsito são essenciais para transformar a realidade atual. Todos têm um papel a desempenhar para garantir que essas tristezas não se repitam e que cada ciclista possa andar com segurança pelas ruas de Teresina e de todo o Brasil.
Conclusão
A morte de José Renato é um triste lembrete das graves consequências da violência no trânsito. Sua história e a luta de sua família por justiça devem ser um chamado à ação para todos nós. Que possamos, juntos, trabalhar por uma sociedade mais segura e justa, onde a vida e a dignidade de cada ciclista sejam respeitadas. É preciso que a comunidade se una em prol de mudanças, que vão desde a melhoria das infraestruturas até a conscientização sobre a importância do respeito mútuo nas vias.
