O ex-presidente Donald Trump está sob fogo de seus apoiadores da base MAGA após anunciar planos de permitir a entrada de 600 mil estudantes chineses nos Estados Unidos, em meio às tensões comerciais com Pequim. A decisão, vista por alguns como incoerente com a postura protecionista de sua administração, gera revolta entre aliados como Marjorie Taylor Greene.
Reação da base MAGA à nova postura de Trump
Vários figuras influentes do movimento conservador criticaram a decisão. A deputada Marjorie Taylor Greene (R-Ga.) afirmou em publicação no X (antigo Twitter): “Não devemos deixar entrar 600 mil estudantes chineses, que podem ser leais à CCP. Nossa prioridade deve ser oportunidades para estudantes americanos.”
Outro apoiador, a ativista Laura Loomer, reforçou a narrativa xenófoba ao chamar os estudantes chineses de “espiões comunistas” e acusar Pequim de ter “liberado o coronavírus no mundo”, uma alegação que alimenta o discurso contra o crescimento do anticomunismo.
Contradições com o discurso de Trump e o contexto político
O movimento de Trump contrasta com seu histórico de restrições a estudantes chineses e tarifas elevadas nas importações de Pequim. Em maio, o então secretário de Estado anunciou a revogação de vistos para chineses ligados ao Partido Comunista ou estudando áreas críticas, numa tentativa de “priorizar os interesses dos EUA”.
Na manhã de segunda-feira, Trump afirmou durante entrevista na Casa Branca: “Vamos permitir que seus estudantes entrem, são 600 mil, isso é importante. Mas estamos tentando manter a relação com a China.”
Debate sobre os impactos econômicos e políticos
Analistas apontam que a decisão pode refletir uma estratégia econômica e diplomática ambivalente. O comentarista Howard Lutnick, convidado do programa de Laura Ingraham na Fox News, justificou: “É uma visão racional de Trump, que acredita que expulsar esses estudantes prejudicaria nossas universidades.”
Lutnick sugeriu que, ao atrair estudantes chineses para instituições de elite, o país poderia beneficiar sua própria economia, com estudantes americanos mais presentes nas universidades de topo, enquanto instituições de menor reputação fechariam as portas.
Repercussão no cenário político e social
Documentos e declarações mostram que o tema virou ponto de tensão na direita conservadora. Críticos acusam Trump de abandonar o princípio “America First” ao abrir portas para estudantes de um país considerado adversário.
De acordo com dados do Pew Research, cresce o temor de que a entrada de estudantes chineses represente uma ameaça à segurança nacional devido à suposta ligação desses jovens ao governo de Pequim. A controvérsia também alimenta discursos anti-imigração e anti-China, reforçando o discurso de setores mais radicais.
Próximos movimentos e possíveis desdobramentos políticos
As reações adversas indicam que Trump deverá ser pressionado por seus apoiadores a rever a decisão ou a justificar o seu posicionamento. A administração ainda não se manifestou oficialmente sobre possíveis mudanças na política de vistos para chineses.
Especialistas alertam que a questão pode polarizar ainda mais o debate eleitoral, especialmente em um momento de alta tensão entre os Estados Unidos e a China, influenciando as próximas eleições presidenciais.