O primeiro período de treinos da seleção brasileira sob o comando do técnico Carlo Ancelotti no Centro de Treinamento de Teresópolis começou com a política da CBF e o futebol andando lado a lado. A presença de representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) durante esse período indica uma nova fase na relação entre política e esportes no país, algo que vem sendo observado com atenção por torcedores e analistas.
A presença da política nos treinos da seleção
O presidente da CBF, Samir Xaud, marcou presença na concentração da equipe na Granja Comary, onde apresentou o chefe de delegação, Luciano Hocsman, que é seu aliado e presidente da Federação do Rio Grande do Sul. Durante a visita, Xaud acompanhou o treinamento da seleção para o próximo jogo contra o Chile, demonstrando um suporte explícito ao novo treinador e à equipe como um todo.
Esta visita não ocorreu de forma isolada. O diretor de seleções, Gustavo Feijó, também estava presente, apesar de ainda não ter sido oficialmente confirmado no cargo. Feijó preenche uma lacuna política que se formou acima do departamento de seleções, embora, segundo declarações da CBF, não haverá interferência direta em relação ao trabalho da comissão técnica e dos profissionais envolvidos.
A política e o cotidiano da seleção
De acordo com a CBF, a presença de Samir e Feijó na Granja Comary será esporádica. Ambos os dirigentes estiveram no local por algumas horas e retornaram ao Rio de Janeiro logo depois. Durante sua passagem, o presidente fez homenagens a jogadores que atingiram marcas expressivas na seleção, além de estabelecer um bom relacionamento com os funcionários e membros da imprensa, algo que fez com que muitos vissem essa aparência como um esforço para estreitar laços e reforçar a união entre a CBF e os atletas.
A presença de figuras políticas em treinamentos da seleção é interpretada na CBF como uma forma de prestigiar o trabalho da equipe. No entanto, a entidade reafirma que Samir Xaud e outros dirigentes não farão parte do cotidiano do futebol, reservando-se a visitas pontuais, como as que já ocorreram durante a última data FIFA em São Paulo.
A privacidade e a rotina dos atletas
Um ponto notável sobre este período de treinamento é a total privacidade garantida aos atletas na Granja Comary. Apenas os jogadores e membros da comissão técnica são autorizados a dormir no local, enquanto o staff da CBF utiliza hospedagens em um hotel próximo. Funcionários – que incluem diversos colaboradores não diretamente envolvidos nas atividades diárias da equipe – têm liberdade para voltar ao Rio e retornar no dia seguinte, o que mantém um ambiente focado e livre de distrações para os atletas.
Com Ancelotti no comando e a CBF buscando alinhar-se melhor com as expectativas do público e dos jogadores, o foco da seleção brasileira parece estar direcionado não apenas para as vitórias em campo, mas também para a construção de uma imagem mais transparente e voltada para o bem-estar dos atletas. Essa nova abordagem pode trazer frutos para o futebol brasileiro, especialmente em um período onde a seleção se prepara para desafios importantes à frente.
O início dos treinos sob a supervisão de Carlo Ancelotti, portanto, não apenas representa uma nova fase técnica, mas também uma tentativa de reaproximar a CBF dos torcedores e criar um ambiente de maior sinergia entre o futebol e a política esportiva no Brasil. A evolução deste cenário será observada com expectativa nos próximos dias, à medida que a seleção se prepara para os próximos desafios nas competições esportivas.