O Observatório para a Liberdade Religiosa e de Consciência (OLRC) na Espanha alertou sobre um mês de agosto marcado por uma série de ataques e atos de vandalismo contra templos católicos no país. Em semanas recentes, sete incidentes foram registrados, evidenciando uma crescente vulnerabilidade das igrejas diante de manifestações de intolerância religiosa.
Incidentes recentes contra igrejas na Espanha
No dia 11 de agosto, uma escadaria da paróquia de Santa Catarina, em Rute, Córdoba, foi coberta com tinta preta, poucos dias antes das celebrações de sua padroeira. Segundo o OLRC, no dia seguinte, a capela de adoração perpétua na paróquia de São Martinho, em Valência, foi invadida por uma pessoa que se identifica como “trans”, que insulrou fiéis, quebrou o ostensório e disparou insultos contra os presentes.
Em Palma de Mallorca, a igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo foi alvo de pichações ofensivas que acusam a Igreja Católica de corrupção. No dia 15 de agosto, durante uma celebração no Palácio de Valência, um homem aparentemente embriagado atacou um sacristão e fiéis na catedral, causando constrangimento e medo entre os fiéis.
No dia 17, um homem invadiu a paróquia de Santiago Apóstol, em Albuñol, Granada, e destruiu várias estátuas antes de incendiar parte do templo, sendo necessário o auxílio dos bombeiros para conter o fogo. Uma semana depois, em Yeles, Toledo, uma mulher com problemas psiquiátricos vandalizou diversas imagens religiosas, causando danos severos ao templo da Assunção de Nossa Senhora.
Atos de protesto e ameaças à liberdade religiosa
Desde o final de agosto, grupos ativistas proferiram ações que atentam contra a integridade de locais de culto. No domingo, 31 de agosto, integrantes do grupo ambiental Futuro Vegetal jogaram tinta na fachada da Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, em protesto contra os incêndios florestais recentes, que eles culpam por atividades agropecuárias.
O OLRC afirma que esses episódios refletem o crescimento da islamofobia e da antipatia contra os cristãos na Espanha. Maria García, presidente do órgão, destacou a necessidade de uma resposta firme das autoridades e maior proteção às igrejas e locais religiosos, alertando que a situação compromete a convivência pacífica e o respeito à liberdade de culto no país.
Preocupação com a segurança e a proteção do patrimônio religioso
Segundo a organização, muitos sacerdotes têm relatado a necessidade de instalar câmeras de segurança ou até mesmo fechar igrejas devido ao aumento de atos de vandalismo e hostilidade contra o cristianismo. García enfatizou que é fundamental que o governo central e as autoridades locais desenvolvam planos de prevenção específicos e que haja a aplicação rigorosa do código penal contra os crimes de ódio e de destruição de símbolos religiosos.
O OLRC também pede que a sociedade civil não deixe de denunciar atos de intolerância religiosa, reforçando que a visibilidade dessas agressões é essencial para garantir o combate efetivo ao fenômeno e promover a coexistência pacífica.
Este relatório foi publicado originalmente pela ACI Prensa, parceria em notícias em língua espanhola da CNA, e adaptado para o português.
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