A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação significativa na última quarta-feira (3), que culminou na prisão de uma chefe de uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. O foco da operação foi nos aeroportos brasileiros de Viracopos, Guarulhos e Fortaleza, com uma base específica em Alvorada, no Rio Grande do Sul.
Como funcionava a organização criminosa
Segundo informações fornecidas pela PF, a quadrilha operava de maneira estruturada e era composta predominantemente por mulheres, dividindo-se em dois núcleos funcionais. Um dos núcleos era responsável por cooptar viajantes dispostos a transportar drogas, enquanto o outro atuava na logística de transporte, conhecidos como “mulas”. O delegado Edson Geraldo de Souza destacou a complexidade e a organização da atividade criminosa, mostrando como a quadrilha recrutava e treinava seus membros.
As investigações indicam que as drogas eram entregues a passageiros, que as ingeriavam em cápsulas, com o intuito de levar cocaína para destinos europeus, como França, Espanha, Itália e Suíça. Um total de 22 pessoas foi identificado como membros do grupo, sendo cinco cooptadores e 17 transportadores.
Operação Nexus Aliciae
A operação integra um conjunto de ações denominado Nexus Aliciae, que teve início após uma prisão em flagrante ocorrida no Aeroporto de Viracopos em setembro de 2023. Naquela ocasião, uma mulher foi detida ao tentar embarcar para Paris com 563 gramas de cocaína. O nome da operação, que remete à rede interconectada de aliciamento, está alinhado ao modus operandi da quadrilha, que focava em recrutar pessoas em situações de vulnerabilidade social.
A PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em locais estratégicos como Fortaleza, Alvorada e Caucaia, desmantelando o núcleo familiar da quadrilha. Durante as buscas, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, que podem trazer à tona mais evidências sobre as atividades ilegais do grupo.
Consequências e penalidades
Os suspeitos enfrentam sérias acusações de tráfico internacional de drogas e formação de organização criminosa. Se condenados, as penas podem ultrapassar 35 anos de prisão. Além disso, a Justiça autorizou o bloqueio de bens e valores atribuídos aos investigados, uma medida que visa cercear os recursos financeiros da organização.
Continuidade das investigações
As investigações da PF permanecem em andamento com o objetivo de identificar todos os membros da quadrilha, entender suas funções e, assim, desmantelar completamente suas atividades de tráfico. O resultado desta operação é um passo decisivo na luta contra o tráfico internacional, especialmente em um momento em que o Brasil se mostra um ponto crítico nas rotas de envio de drogas para a Europa.
Enquanto isso, a PF continua a monitorar os aeroportos e pontos críticos de tráfico, com o intuito de coibir e desarticular novas tentativas de aliciamento e transporte de drogas. Afinal, cada prisão e cada apreensão são resultados de esforços conjuntos que visam não apenas proteger a sociedade, mas também minimizar os efeitos devastadores das drogas em comunidades vulneráveis.
A operação realizada nesta quarta-feira é um reflexo do compromisso da Polícia Federal em enfrentar e erradicar organizações criminosas que fazem do Brasil um ponto de partida para suas atividades ilícitas. As forças de segurança intervêm, mas a participação da sociedade e o apoio em denúncias são fundamentais para o sucesso dessas ações.
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