A secretária de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quarta-feira que o Pentágono planeja ampliar suas operações contra cartéis de drogas na região do Caribe. A declaração foi feita após uma ação militar que resultou na morte de 11 pessoas durante uma abordagem a uma embarcação suspeita de tráfico, considerada uma ameaça pelos militares.
Operação no Caribe e promessas de novos ataques
Durante entrevista à Fox News, Hegseth alertou que o esforço militar dos EUA continuará e que outros traficantes, considerados narco-terroristas, próximos às mesmas rotas, também poderão ser alvo de ações. “Temos ativos no ar, na água e em navios, porque essa é uma missão extremamente séria para nós, e não irá parar com esta primeira operação”, declarou.
O incidente marca uma possível intensificação na campanha militar iniciada pelo governo Trump contra os cartéis de drogas, uma estratégia que vem gerando dúvidas quanto à sua legalidade, devido ao caráter extrajudicial das ações.
Contexto e acusações contra Nicolás Maduro
O ex-presidente Donald Trump anunciou a operação na terça-feira, divulgando que os 11 mortos eram integrantes do Tren de Aragua, facção venezuelana considerada uma organização terrorista estrangeira pelo governo americano. Trump compartilhou um vídeo que mostra uma lancha sendo atingida e explodindo, embora ainda não se saiba qual arma foi utilizada na ação.
Trump responsabilizou o presidente venezuelano Nicolás Maduro pelos crimes do grupo, o que Maduro nega veementemente. Em comunicado, a administração Trump afirmou que o governo venezuelano controla o Tren de Aragua e que a operação visa enfraquecer as atividades de tráfico internacional de drogas, além de combater a violência e o terrorismo na região.
Imagens e resposta internacional
Segundo fontes militares, a operação foi conduzida na área do Comando de Defesa do Norte (SOUTHCOM) e faz parte de uma estratégia de pressão crescente sobre o regime de Maduro. A Venezuela condenou a ação, classificando-a como uma violação de sua soberania e uma escalada de tensões com os EUA.
Impactos e próximos passos
Analistas afirmam que a escalada militar traz riscos de uma confrontação mais direta na região, além de aumentar a instabilidade na fronteira venezuelana. O governo dos EUA declarou que continuará a realizar operações similares contra cartéis que atuam em águas internacionais e nas proximidades de países latino-americanos.
Especialistas também questionam a legalidade dessas ações, que muitas vezes não passam por processos judiciais convencionais, levantando debates sobre o direito internacional e os limites do uso da força contra organizações criminosas transnacionais.