O Papa Leo XIV fez nesta quarta-feira um apelo emocionado à comunidade internacional por auxílio imediato ao Sudão, que enfrenta uma crise humanitária severa devido a meses de conflito armado, fome, desastres naturais e doenças. A solicitação foi feita ao final de sua audiência geral no Vaticano, em 3 de setembro de 2025.
Papa Leo XIV pede ação urgente pelo Sudão
Durante a audiência, o pontífice destacou a difícil situação de civis presos na cidade de El Fasher, que sofrem com fome e violência, além de alertar sobre o deslizamento de terra em Tarsin, que matou cerca de 1.000 pessoas e deixou outras desaparecidas. “Peço uma intervenção rápida e coordenada para garantir corredores humanitários e cessar esta tragédia”, afirmou Leo XIV.
Ele também ressaltou o risco crescente de cólera, que ameaça centenas de milhares de pessoas já afetadas pela crise. A situação no Sudão, marcada por meses de confrontos e deslocamentos, tem provocado alertas de várias organizações humanitárias. Fonte
Chamada por diálogo e esperança
Necessidade de diálogo entre as partes
O Papa Leo XIV enfatizou a importância de um diálogo sincero e inclusivo entre os grupos em conflito, para acabar com a violência e restaurar esperança, dignidade e paz ao povo sudanês. “Só assim será possível transformar a esperança em uma realidade concreta”, declarou.
Reflexão espiritual na audiência
Na sua mensagem espiritual, Leo refletiu sobre o momento final de Jesus na cruz, narrado no Evangelho de João, quando o Cristo crucificado exclama: “Tenho sede”. Ele interpretou essa frase como símbolo do anseio universal por amor, relacionamento e comunhão.
De acordo com o Papa, a sede de Jesus representa um desejo profundo por amor verdadeiro, que exige pedir, aceitar e confiar. “Se até Jesus, o Filho de Deus, pede ajuda, podemos entender que nossa busca por sentido e justiça é uma expressão de nossa humanidade, não uma falha”, afirmou.
Aprendizado na fragilidade
Leo XIV destacou que a cruz ensina que o verdadeiro ser humano não se realiza na autossuficiência, mas na abertura ao próximo. “A salvação não está na autonomia, mas na humildade de reconhecer nossas necessidades e aceitar o amor que nos é oferecido”, afirmou.
O pontífice finalizou dizendo que a vida plena ocorre quando aprendemos a receber e a pedir ajuda, especialmente em uma sociedade que valoriza a eficiência e a autosuficiência, mas que muitas vezes esquece do poder do amor e da fraternidade.
Convite à simplicidade e humildade
Leo convidou os fiéis a redescobrir a alegria que nasce da fraternidade e do dom de si mesmo, lembrando que gestos simples — pedir sem vergonha e oferecer sem segundas intenções — carregam profunda felicidade e verdadeira realização. “Nessa humildade, encontramos a verdadeira salvação”, concluiu.
