Brasil, 3 de setembro de 2025
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Incêndio em clínica irregular de recuperação deixa cinco mortos no DF

Tragédia em clínica de recuperação revela maus-tratos e possíveis irregularidades no tratamento de dependentes químicos.

No último domingo (31), um incêndio devastador em uma clínica de recuperação irregular situada no Paranoá, Distrito Federal, resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras 11 feridas. O Instituto Terapêutico Liberta-se, que prometia tratamento a dependentes químicos, agora enfrenta investigações severas sobre suas práticas e segurança.

Rotina e abusos na clínica

Com mensalidades que variavam entre R$ 600 e R$ 1.300, os pacientes do Instituto Terapêutico Liberta-se eram submetidos a uma rotina rigorosa que incluía tarefas domésticas, debates sobre dependência química e “sonoterapia”. Essa abordagem, no entanto, levantou dúvidas sobre a ética e a eficácia do tratamento oferecido.

Relatos de ex-internos e suas famílias indicam que os contratos frequentemente eram firmados contra a vontade dos pacientes. Para aqueles que não podiam pagar, havia a opção de permanecer no local em troca de trabalho, mas as condições de vida eram severas e, em muitos casos, os pacientes eram mantidos em regimes de castigo.

Desumanização e controle

Os internos relatam experiências traumáticas, como períodos de isolamento e agressões. Aqueles considerados “novatos” ou “rebeldes” eram frequentemente trancados à noite para prevenir fugas. O clima de opressão se agravava com a falta de profissionais de saúde no local, comprometendo ainda mais a qualidade do tratamento prometido.

Falta de supervisão médica

A clínica, que deveria contar com médicos e psiquiatras, estava operando praticamente sem supervisão médica. A investigação liderada pela Polícia Civil revelou que muitos pacientes sequer tiveram acesso a um atendimento básico durante sua estadia. Segundo o delegado Hugo Maldonado, a ausência de um médico responsável no espaço pode resultar em graves consequências legais para os proprietários do instituto.

O incêndio e suas consequências

O incêndio começou durante a madrugada, quando cerca de 20 internos estavam dentro da sede do instituto. Infelizmente, cinco homens perderam a vida, seus corpos sendo encontrados em meio às chamas. A estrutura da clínica, com grades nas portas e janelas, dificultou a evacuação dos internos, gerando críticas sobre as condições de segurança do local.

Além das fatalidades, outras 11 pessoas conseguiram escapar, mas com ferimentos significativos, sendo encaminhadas a hospitais da região. A tragédia chamou a atenção das autoridades locais, que estão investigando não apenas o incêndio, mas também as práticas abusivas evidenciadas por internas e ex-internas.

Reação da clínica

Em uma declaração pública, a direção do Instituto Terapêutico Liberta-se expressou sua tristeza pela tragédia e afirmou estar colaborando com as investigações. O instituto se comprometeu a buscar transparência nas circunstâncias que levaram ao incêndio, embora a credibilidade de sua administração esteja em questão.

Futuro incerto para dependentes químicos

A situação do Instituto Liberta-se levanta uma questão importante sobre a regulamentação de clínicas de recuperação no Brasil. Uma supervisão mais rígida e investimento em modelos alternativos de tratamento poderiam evitar tragédias como esta no futuro. Com as evidências de maus-tratos e negligência médica, o cuidado e o bem-estar dos dependentes químicos precisam ser priorizados.

Enquanto isso, a morte de cinco pessoas durante essa tragédia é um lembrete sombrio e urgente da necessidade de práticas mais seguras e efetivas para enfrentar a dependência química e proteger aqueles que lutam contra ela. O caso deve servir de alerta para que órgãos governamentais reavaliem suas políticas de saúde pública relacionadas ao tratamento de dependentes químicos.

À medida que os desdobramentos do caso continuam, as vozes das vítimas e seus familiares se tornam cada vez mais essenciais em busca de justiça e melhorias nas condições de tratamento.

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