Brasil, 16 de setembro de 2025
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Haddad critica Tarcísio e fala sobre a anistia e a democracia

O ministro Haddad rebate críticas a Tarcísio, afirmando que sua conexão com o bolsonarismo é inegável e expressa preocupação com a democracia.

No cenário político brasileiro, as tensões continuam a crescer, especialmente entre figuras do governo federal e opositores. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez declarações contundentes nesta quarta-feira (3), questionando a narrativa de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja uma figura de centro, dissociada do bolsonarismo. Durante uma entrevista à RedeTV!, Haddad enfatizou que essa “fantasia” foi “rasgada”, e que Tarcísio não pode ser visto como alguém fora da influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ligação de Tarcísio com o bolsonarismo

Segundo Haddad, a conexão de Tarcísio com o bolsonarismo é inegável, visto que ele ocupou um cargo ministerial no governo Bolsonaro e foi eleito com apoio de pautas bolsonaristas. “Rasgou-se a fantasia, todo mundo quer apresentá-lo como uma pessoa de centro, de que não era um bolsonarista. Eu estava contando os dias para isso ser desmentido”, afirmou Haddad. Essa afirmação foi uma resposta às tentativas de Tarcísio de se distanciar da imagem do bolsonarismo, especialmente em um momento de forte polarização política.

Haddad também criticou as atitudes do governador diante das articulações para a aprovação do PL da Anistia, que visa conceder perdão a indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro. O projeto, se aprovado, poderia resultar na inclusão de Jair Bolsonaro entre os beneficiários de anistia, uma questão que suscita debates acalorados dentro e fora do Congresso.

Preocupações com a democracia

Na entrevista, o ministro expressou sua preocupação com a saúde da democracia no Brasil, principalmente diante de declarações de figuras políticas, como o próprio Tarcísio, que questionam a legitimidade das instituições. “Quando você vê pessoas hoje no Brasil que não têm apreço pela democracia, você fica preocupado”, disse Haddad, referindo-se à fala de Tarcísio sobre a falta de confiança nas instituições judiciárias. Ele argumentou que a mobilização de partidos ultraconservadores no Congresso representa uma ameaça significativa ao estado democrático.

A verdadeira percepção da tentativa de golpe

“A impressão que dá é de que, embora a tentativa de golpe tenha sido bem documentada, parte da população entende que aquilo foi legítimo”, complementou. Essa declaração ressalta o impacto que a narrativa política e as ações de líderes têm na percepção pública sobre eventos recentes, trazendo à tona a discussão acerca da verdade e da justiça no contexto político brasileiro.

Sobre o julgamento de Jair Bolsonaro

Em relação ao julgamento de Bolsonaro, Haddad admitiu não estar acompanhando de perto, mas fez questão de destacar a postura de Lula durante seu próprio processo judicial. “Quando o presidente Lula foi condenado e preso, ele nunca se articulou para pedir anistia. Ele lutou por um julgamento justo”, afirmou. Essa comparação serve para enfatizar a importância de um processo legal transparente e justo, livre de interferências políticas.

Ao enfatizar sua resistência em cogitar qualquer tipo de perdão ou anistia durante sua candidatura em 2018, Haddad reforçou que essa mensagem foi uma instrução direta de Lula. “Ele pediu para que eu deixasse claro que não esperava nada da Justiça a não ser o reconhecimento de sua inocência”, disse.

No atual clima político, as palavras de Haddad ecoam como um alerta sobre os riscos de uma política de anistia que possa comprometer a integridade do sistema democratico no Brasil. A tensão entre governadores, ministros e o legado de Bolsonaro continua a ser um ponto central no debate político nacional.

As próximas semanas serão cruciais para observar como esse debate se desenrola no Congresso e qual será o impacto das decisões tomadas nas frentes de diálogo político e judicial.

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