Um caso que choca a sociedade mineira está ganhando novos desdobramentos. Um vídeo obtido pela Polícia Civil de Minas Gerais mostra o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, disparando tiros durante uma festa de réveillon em Belo Horizonte, que resultou na morte de um gari. Renê foi indiciado pelo homicídio de Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, residente do bairro Vista Alegre.
O crime assombroso
No dia 11 de agosto de 2023, Renê estava envolvido em uma discussão com trabalhadores da coleta de lixo na rua, quando, segundo testemunhas, sacou uma pistola .380 e começou a ameaçar uma motorista do caminhão, afirmando que “atiraria em sua cara”. Menos de momentos depois, disparou contra Laudemir, que estava realizando seu trabalho, atingindo-o no tórax. A vítima, apesar de socorrida e levada ao hospital, não sobreviveu aos ferimentos.
Imagens reveladoras
O vídeo, que se tornou um elemento crucial para a investigação, mostra Renê em uma sacada de uma residência, ao lado de um comparsa. Em meio aos disparos, ele ouve alguém exigir que atire “para cima” e responde: “É tiro e queda. Pegou, arranca perna, filho”. O material expõe não apenas a frieza do empresário, mas também seu aparente fascínio por armas, algo que a polícia está investigando com atenção.
A reação da polícia
Após o crime, Renê fugiu em um carro cinza, mas foi rapidamente localizado pela polícia enquanto estava em uma academia no bairro Estoril. A abordagem se deu sem resistência, e o empresário foi preso. Dezoito dias após o homicídio, Renê foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma. Além disso, sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, foi indiciada por ceder sua arma pessoal para que Renê a utilizasse durante o crime.
O papel da delegada
Conforme o delegado Evandro Radaelli, as investigações revelaram que Ana Paula tinha ciência de que o marido frequentemente utilizava sua arma. Desde 13 de agosto, ela está afastada do cargo por licença médica, mas pode retornar caso não haja decisão judicial contrária.
Após o crime: a rotina do empresário
Após o assassinato, câmeras de segurança flagraram Renê levando uma vida aparentemente normal. Ele foi ao trabalho em Betim, almoçou com colegas e, depois, saiu para passear com seus cães, usando a mesma roupa com a qual foi preso horas depois. Intrigantemente, após o crime, Renê fez pesquisas em seu celular sobre as “consequências de cometer um assassinato” e monitorou a imprensa local para avaliar a repercussão do trágico evento.
A vítima e seu legado
Laudemir de Souza Fernandes, o gari assassinado, era descrito como um trabalhador dedicado, responsável por seus serviços na empresa Localix Serviços Ambientais. Ele deixa esposa e uma filha de apenas 15 anos. Conhecidos e familiares lamentam sua partida, destacando que Laudemir tentou mediar a discussão pouco antes de ser baleado, o que o transforma na verdadeira vítima dessa trágica história.
Durante o interrogatório, Renê confessou o crime, alegando que disparou em meio a uma discussão referente ao trânsito. Ele inicialmente negou envolvimento, mas o vídeo, testemunhos e perícia confirmaram sua autoria, demonstrando que a justiça ainda tem um longo caminho a percorrer nesta investigação que, sem dúvida, deixará uma marca na sociedade brasileira.