Brasil, 4 de setembro de 2025
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Defesa de Paulo Sérgio Nogueira no STF argumenta contra tentativas golpistas

O advogado Andrew Farias alega que general atuou para evitar ações de Jair Bolsonaro que ameaçavam a democracia.

Na última quarta-feira, 3 de setembro, a defesa do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, apresentou suas argumentações no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Andrew Fernandes Farias defendeu Nogueira, afirmando que o general “atuou ativamente” para dissuadir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de possíveis tentativas que poderia configurar um golpe. Essa posição se insere dentro de um contexto maior, onde líderes políticos e militares estão sendo avaliados em relação às suas ações durante a crise política que resultou nas tensões pós-eleitorais.

A argumentação da defesa

Durante sua fala, Farias destacou que o general tinha a responsabilidade de honrar a memória de Caxias e a unidade das Forças Armadas, argumentando que havia uma preocupação legítima sobre movimentações dentro de segmentos militares que poderiam comprometer a ordem democrática. “O receio do general Paulo Sérgio era que alguma liderança militar levantasse o braço e rompesse”, disse Farias, colocando Nogueira como um defensor da estabilidade institucional.

A situação alarmante que rondava o cenário político tornou o papel do ex-ministro ainda mais crítico. Farias buscou enfatizar que Paulo Sérgio Nogueira, ao contrário de alguns relatos, nunca apoiou ou incentivou qualquer tipo de “medida de exceção”. Isso se alinha com a resposta que ele deu à ministra Cármen Lúcia, que questionou a sua frase sobre demover Bolsonaro de ações específicas. “Demover de adotar qualquer medida de exceção”, reiterou Farias, reforçando a posição do general como alguém que priorizava a legalidade e a mantémção da ordem.

O contexto do julgamento

O julgamento, que abrange não apenas o ex-ministro Nogueira, mas também sete outros réus, ocorre na Primeira Turma do STF, onde os ministros analisam uma ação penal sobre uma suposta trama golpista atribuída a Bolsonaro e seus aliados. Esses indivíduos enfrentam sérias acusações, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada e dano qualificado a patrimônio tombado.

Composição do núcleo central

Entre os acusados, estão figuras proeminentes que ocupavam ou ocuparam cargos importantes na administração pública. O núcleo das figuras centrais do caso inclui:

  • Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência – Abin);
  • Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
  • Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de delator do caso);
  • Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa);
  • Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Próximas etapas do julgamento

O julgamento está agendado para continuar ao longo de várias datas, indicando a complexidade e a importância do caso. As próximas sessões ocorrerão nos seguintes dias:

  • 9 de setembro (terça) – das 9h às 12h e das 14h às 19h;
  • 10 de setembro (quarta) – das 9h às 12h;
  • 12 de setembro (sexta) – das 9h às 12h e das 14h às 19h.

Com a expectativa alta em torno do desfecho deste caso, a sociedade brasileira observa atenta a cada movimento dessa investigação que pode impactar diretamente a esfera política e a democracia do país. O que está em jogo é a responsabilidade dos líderes no cumprimento das normas democráticas e a proteção das instituições diante de ameaças internas, uma questão que é cada vez mais relevante no Brasil contemporâneo.

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