Brasil, 3 de setembro de 2025
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Decisão histórica contra Google nos EUA: avanços e limites

Justiça dos EUA obriga o Google a compartilhar dados de busca, mas não força venda do Chrome ou do Android; impacto ainda incerto

A Justiça dos Estados Unidos deu um passo significativo ao condenar parcialmente o Google por práticas monopolistas em buscas online, após anos de processo iniciado pelo Departamento de Justiça em 2020. A decisão, do juiz Amit Mehta, revela um caminho para possíveis mudanças na forma como usamos smartphones, computadores e a internet.

Regras para o Google e possíveis efeitos

O juiz determinou que o Google deverá compartilhar alguns dados de busca com rivais, como Microsoft Bing e DuckDuckGo, mas evitou ordenar a venda do navegador Chrome ou do plataforma Android, que poderiam transformar a experiência móvel e de aplicativos. Segundo Mehta, a empresa continuará usando seus mecanismos de pagamento à Apple e outros fabricantes para manter a preferência no mercado.

Para o CEO da DuckDuckGo, Gabriel Weinberg, a decisão não trará mudanças relevantes. “Isso não muda nada”, afirmou. A implementação prática da decisão ainda deve levar anos, pois o Google recorrerá da sentença.

Consequências para os consumidores e o mercado

Embora o Google tenha sido ordenado a compartilhar parte dos seus dados, a decisão não deve aumentar significativamente a concorrência. Isso porque somente uma lista de sites rastreados foi requerida, sem acesso ao algoritmo que organiza os resultados de pesquisa. Assim, mecanismos rivais podem não melhorar de forma expressiva.

O processo também não forçou a venda do Chrome ou do Android, mantendo intacto o domínio do Google nessas plataformas. Assim, o buscador continuará sendo padrão em dispositivos Apple, com um pagamento de cerca de US$ 20 bilhões por ano para a gigante das tecnologias manter essa posição, argumenta a própria Apple.

Implicações futuras e outros processos

O julgamento reforça a previsão de que o caso é o mais importante do século 21 na área de tecnologia, sendo um marco na luta contra monopolizações. Outros processos, como o que investigava a publicidade digital do Google, também devem ser influenciados pelos desfechos recentes.

Apesar das ações, especialistas indicam que mudanças profundas no mercado de busca ainda são incertas. O algoritmo de ranqueamento e o segredo do sucesso do Google permanecem protegidos, limitando a chance de melhorias nesses mecanismos por parte de concorrentes.

O que esperar do impacto na prática

A decisão não deverá alterar significativamente o uso cotidiano de buscadores em curto prazo. O Google continuará como padrão em dispositivos como iPhones, por conta de pagamentos feitos à Apple, e a possibilidade de o Chrome ou o Android serem desmembrados permanece improvável neste momento.

Segundo especialistas, o entendimento traz uma perspectiva de maior fiscalização e possíveis mudanças em políticas internas das empresas de tecnologia, mas os efeitos práticos ainda dependem de recursos jurídicos e de futuras regulações. A batalha jurídica contra o monopólio do Google, contudo, marca um antes e um depois no enfrentamento ao poder das big techs.

Para mais detalhes, acesse a matéria no GLOBO.

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