Brasil, 3 de setembro de 2025
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Conflito em Gaza: EUA negam vistos à delegação palestina antes da ONU

A decisão dos EUA em negar vistos à delegação palestina gera tensão antes da Assembleia Geral da ONU.

No contexto do agravamento da crise humanitária em Gaza, a recente decisão dos Estados Unidos de negar vistos de entrada a membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) tem suscitado ampla repercussão e críticas. Esta situação ocorre à medida que as Nações Unidas, que realizam sua Assembleia Geral entre os dias 9 e 23 de setembro, ressaltam a importância da entrada de todos os delegados, independentemente de suas nacionalidades. Enquanto isso, Israel declarou a Cidade de Gaza como uma “zona de combate perigosa”, complicando ainda mais a already crítica situação na região.

Decisão polêmica dos EUA

A justificativa do Departamento de Estado dos EUA para a negativa de vistos é inteiramente baseada em considerações de segurança nacional. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que é essencial responsabilizar a OLP e a ANP por não cumprirem seus compromissos, e por minarem as perspectivas de paz na região. Em um comunicado oficial, destacou que essas organizações devem repudiar o terrorismo de maneira abrangente, especialmente em decorrência do ataque ocorrido em 7 de outubro, e parar com todas as formas de incitação ao terrorismo em seus programas educativos. A retórica sugere que, até que essas precondições sejam atendidas, a diplomacia com os líderes palestinos estará comprometida.

Reação da ANP e a comunidade internacional

A resposta da Autoridade Nacional Palestina foi de indignação e condenação. O gabinete do presidente Mahmoud Abbas expressou “profundo pesar e surpresa”, enfatizando que a decisão dos EUA contraria o direito internacional e ignora o status de membro observador da Palestina nas Nações Unidas. O porta-voz da ONU já anunciou que irá discutir essa questão com o Departamento de Estado americano, relembrando que todos os estados membros têm o direito de participação nas assembleias da ONU.

Além disso, seis estados europeus, incluindo Eslovênia, Espanha e Irlanda, assinaram uma declaração conjunta fazendo um apelo ao governo israelense para que cesse suas operações militares em Gaza. Os ministros de Relações Exteriores criticaram a escalada do conflito, que prejudica ainda mais a vida dos reféns e provoca mortes de civis. Eles também denunciaram o deslocamento forçado da população e a crescente crise alimentar, destacando a destruição da infraestrutura civil no território.

Crise humanitária em Gaza

Enquanto o conflito se intensifica, as agências de ajuda humanitária alertam para o agravamento da crise alimentar. A ONU estima que até o final do ano, cerca de 640 mil pessoas em Gaza enfrentam risco de fome. A proibição imposta por Israel à entrada de ajuda humanitária, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), precisa ser suspensa imediatamente. Os estoques de ajuda estão prontos para serem entregues, mas os bloqueios permanecem.

As consequências dessa crise já são alarmantes. Somente na última semana, pelo menos dez pessoas, incluindo menores de idade, morreram na faixa de Gaza devido a complicações relacionadas à desnutrição. O Ministério da Saúde local revelou que, desde o início da ofensiva israelense, ao menos 332 pessoas faleceram em decorrência de fome e desnutrição, entre as quais 124 crianças.

O aumento da pressão internacional, particularmente da Europa, juntamente com as crescentes demandas por um cessar-fogo imediato, colocam Israel sob intenso escrutínio. Especialistas em direito internacional advertem que as ações do país estão cada vez mais perto de serem classificadas como violações da lei internacional, principalmente com relação ao tratamento de civis e do uso desproporcional da força.

Diante deste cenário complexo e tenso, o cenário na Assembleia Geral da ONU promete ser carregado de discussões acaloradas sobre a situação em Gaza, com a comunidade internacional se mobilizando para buscar soluções plausíveis que garantam a paz e a segurança da população civil na região.

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