A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou nesta quarta-feira, em audiência pública em Washington, que o setor rural brasileiro opera sob normas rigorosas e transparentes, garantindo qualidade aos consumidores internacionais, incluindo os americanos. A entidade negou as acusações de práticas comerciais desleais relacionadas ao Brasil durante a investigação promovida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR).
Defesa do setor agro brasileiro na investigação dos EUA
Na audiência, a CNA destacou a importância do Código Florestal brasileiro e o compromisso dos produtores com a legislação ambiental. Segundo Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da entidade, o crescimento do agronegócio brasileiro ocorre dentro das regras do comércio internacional. “Viemos defender os produtores e o agro brasileiro, reforçando que o setor atua com transparência e respeito às normas ambientais”, afirmou Mori.
Pontos de defesa e argumentos técnicos
Em 15 de agosto, a CNA enviou uma manifestação ao USTR, apresentando argumentos técnicos contra as acusações relacionadas às tarifas preferenciais, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal. “O Brasil possui um marco regulatório forte, com 66% do território preservado e mais da metade dessa área em propriedades privadas”, ressaltou Mori. Ela acrescentou que apenas 5,5% das exportações brasileiras se beneficiam de acordos preferenciais, enquanto a maior parte das importações segue a norma de Nação Mais Favorecida, garantindo tratamento igualitário a produtos americanos.
Perspectivas ambientais e comerciais
Sobre o desmatamento ilegal, Mori reforçou que o Brasil mantém um dos regimes mais rígidos do mundo, com fiscalização contínua. Quanto ao mercado de etanol, o país importou em 2024, principalmente dos EUA, 17 vezes mais do que da Índia, indicando forte relação comercial bilateral. “Os EUA são o terceiro destino das exportações do agronegócio brasileiro e também um importante mercado de insumos e tecnologia”, afirmou Mori.
Diálogo e possíveis negociações
Além da defesa na audiência, uma missão empresarial brasileira está em Washington desde terça-feira, buscando ampliar canais de diálogo com os Estados Unidos. O objetivo é subsidiar o governo brasileiro na investigação do USTR e negociar a flexibilização de tarifas e restrições comerciais. “Queremos ampliar as exceções de produtos não tarifados com uma sobretaxa de 50% em futuras negociações”, explicou Mori.
Compromisso com o comércio justo e sustentabilidade
A representante da CNA destacou ainda que o Brasil mantém um compromisso com a sustentabilidade e a transparência. “Nosso setor adota práticas que vinculam crescimento econômico à preservação ambiental, como comprovam as estatísticas de vegetação nativa preservada”, finalizou Mori. O Brasil busca, assim, demonstrar que sua atuação agropecuária é compatível com as regras do comércio internacional e com a responsabilidade ambiental.
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