A Comissão Europeia apresentará nesta quarta-feira (3) aos seus comissários a versão final do acordo de livre comércio com o Mercosul, traduzida para as 24 línguas do bloco. A expectativa é que o documento seja aprovado pelos países da União Europeia, com assinatura prevista para dezembro, em Brasília.
Avanços na negociação e etapas de aprovação
Segundo fontes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já há maioria dos países da UE favorável ao acordo — 15 de 27, representando cerca de 65% da população do bloco. A próxima fase inclui a votação no Parlamento Europeu, que deve ocorrer por maioria simples, além da aprovação pelos legislativos dos países membros do Mercosul.
Quando o acordo entra em vigor
A partir da aprovação, a implementação do tratado poderá ocorrer em momentos distintos: a parte comercial depende somente da ratificação do Parlamento Europeu, enquanto a parte política, envolvendo temas como democracia e multilateralismo, precisa passar pelos congressos de todos os países do bloco.
Detalhes e perspectivas do tratado
O compromisso do Mercosul e da UE inclui a criação de uma das maiores áreas de livre comércio mundial, com redução de tarifas, facilitação de investimentos e estímulo ao desenvolvimento sustentável. No entanto, setores considerados sensíveis, especialmente na União Europeia, terão cronogramas diferenciados de abertura de mercado, com salvaguardas agrícolas para conter resistências, principalmente de países como França, Polônia, Irlanda e Áustria.
Resistências e garantias
Analistas e interlocutores do governo brasileiro acreditam que dificuldades maiores de bloqueio não devem surgir, especialmente após acordos prévios e garantias de proteção ao setor agrícola da UE. Lucas Ferraz, coordenador do Centro de Estudos de Negócios Globais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou que a França precisaria do adesão de mais três países, além da Itália, para impedir a ratificação do acordo na UE — o que é considerado improvável.
Assim, há otimismo de que, mesmo com eventuais obstáculos, o acordo será validado, fortalecendo a integração econômica entre as regiões e elevando o Brasil a uma posição estratégica no comércio internacional.
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