Brasil, 3 de setembro de 2025
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China exibe força militar e fortalece alianças anti-Oeste

Na paradas militar em Tiananmen, China mostra poder e reúne líderes de países alinhados contra o Ocidente, como Rússia, Irã e Coreia do Norte

Nesta quarta-feira (3), Beijing realizou uma grande parata militar para marcar o 80º aniversário da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial. No entanto, o evento teve um forte tom político ao reunir líderes do que especialistas chamam de “eixo de upheaval”: Vladimir Putin, Kim Jong Un e Masoud Pezeshkian, presidentes de Rússia, Coreia do Norte e Irã, respectivamente. Presidentes de países alinhados contra os interesses ocidentais participaram, enquanto os líderes dos EUA, como Joe Biden, optaram por não comparecer.

Poder militar e demonstração de força internacional

Durante a cerimônia, foram exibidos jatos de guerra, interceptores de drones e mísseis estratégicos, numa mostra clara da modernização militar da China. O presidente Xi Jinping anunciou no discurso que a nação está “firmemente do lado da história”, reforçando sua postura de resistência contra pressões externas.

Segundo analistas, a inclusão de líderes como Putin, Kim e Pezeshkian é uma demonstração de força, sobretudo dirigida aos Estados Unidos e aliados ocidentais, que boicotaram o evento. “O desfile serve também para exibir o crescimento militar da China e estabelecer uma mensagem de poder na região e além”, avalia Susan Thornton, ex-diplomata dos EUA na Ásia.

O “eixo de upheaval”: alianças contra o Ocidente

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, o relacionamento entre os quatro países se intensificou, formando um bloco considerado pelos analistas como uma tentativa de desafiar o sistema internacional liderado pelos EUA. Em artigo de 2024, analistas do think tank americano Center for a New American Security cunharam o termo “axisse de upheaval” para descrever essa coalizão de nações insatisfeitas com a ordem mundial vigente.

Apesar de algumas tensões e relações predominantemente bilaterais, esses países compartilham uma estratégia comum de contraposição ao Ocidente, buscando reformar ou desafiar os princípios e regras que sustentam a atual ordem internacional, liderada pelos Estados Unidos.

Repercussões e postura internacional

Enquanto Xi Jinping promete que a manifestação não foi apenas uma homenagem, mas uma demonstração de força, a ausência de líderes ocidentais evidencia o distanciamento. Comentários do ex-presidente Donald Trump indicam que os EUA permanecem confiantes na superioridade militar, embora reconheçam que o “eixo de upheaval” tenta consolidar sua posição internacional.

“A coordenação entre esses países demonstra uma tentativa de desafiar a liderança ocidental”, comenta Thornton, destacando que o impacto desse alinhamento ainda está por ser totalmente avaliado no cenário global.

Perspectivas futuras

Especialistas alertam que o fortalecimento desse bloco pode gerar instabilidade e uma nova fase de competição internacional. A estratégia de China, de aproveitar eventos simbólicos para demonstrar poder, reforça a importância de monitorar a evolução dessas relações e seu efeito no equilíbrio de forças no século XXI.

A expectativa é que novas alianças e provocações ocorram nos próximos meses, com impactos tanto na região Ásia-Pacífico quanto no cenário mundial, reforçando a polarização e a disputa por influência global.

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