Celso Sabino, ministro do Desenvolvimento Regional, expressou a Lula seu forte desejo de seguir à frente da pasta, mesmo diante da recente decisão das cúpulas do PP e do União Brasil, que determina a proibição de todos os filiados de ocuparem cargos no governo. Esse contexto traz inseguros para o futuro de Sabino e do ministro do Esporte, Andre Fufuca (PP), ambas figuras importantes dentro da gestão petista.
A posição do União Brasil e seus impactos
O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, deixou claro que qualquer filiado que não respeitar a determinação sofrerá punições imediatas, incluindo o afastamento. Em palavras do próprio Rueda: “Em caso de descumprimento desta determinação, haverá afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no estatuto.” Essa afirmação acende um alerta sobre a permanência de Sabino e Fufuca nos seus respectivos cargos, visto que ambos são membros do partido.
No entanto, algumas indicações vinculadas ao União Brasil ainda não são afetadas pela decisão, como é o caso de Waldez Goés e Frederico Siqueira Filho, que apesar de suas origens ligadas ao partido, não são filiados e têm o apoio de Davi Alcolumbre. Os dois se comprometeram a reforçar seu apoio à gestão do governo, mesmo em meio a essa turbulência.
A pressão de Lula sobre os ministros
Durante um almoço recente, Lula cobrou novamente os ministros do União Brasil sobre a urgência em acelerar a entrega de projetos e o compromisso com a administração. Ele enfatizou a necessidade de uma defesa mais robusta da gestão petista, especialmente contra as críticas que vêm de partidos do Centrão. Essa pressão reflete não só as expectativas do presidente, mas também a importância da estabilidade ministerial diante das próximas eleições.
O futuro político de Celso Sabino
Sabino, deputado federal pelo Pará, possui planos eleitorais ambiciosos para 2026, quando pretende concorrer a uma vaga no Senado, juntamente com o governador Helder Barbalho (MDB). Segundo fontes próximas, Lula já teria sinalizado seu apoio a essa candidatura, considerando a vitória do petista no estado nas eleições anteriores, quando obteve 54% dos votos. Essa perspectiva eleitoral pode ser um fator motivante para que Sabino continue no governo, pois a proximidade com Lula pode beneficiar sua imagem em futuras disputas.
A dinâmica interna do governo e as repercussões
Apesar das pressões externas, é opinião de auxiliares de Lula que os cenários políticos regionais de Fufuca e Sabino tendem a pesar mais do que as decisões tomadas pelas direções nacionais dos partidos. Essa análise corroborada pela queda da inflação, a diminuição dos preços dos alimentos e a recuperação gradual da popularidade de Lula podem agir como fatores condicionantes para que ministros optem por permanecer no governo, apesar dos riscos envolvidos.
Cabe ressaltar que, antes mesmo de fazer sua declaração a Lula, o entorno do presidente já considerava pouco provável a saída de Celso Sabino do cargo, especialmente com a COP 30 se aproximando, cuja realização está programada para ocorrer em Belém dentro de 70 dias. A importância desse evento mundial pode estar influenciando a decisão de Sabino em se manter no cargo e ajudar na preparação da cidade e do estado para a conferência.
Persistência do compromisso com a gestão petista
Enquanto as tensões políticas aumentam e o futuro de vários ministros é questionado, a determinação de Celso Sabino em se manter no cargo e seu compromisso em apoiar a gestão de Lula se destacam como um fator crucial nesse momento. A situação demanda estratégias cuidadosamente elaboradas e um alinhamento claro entre os membros do governo e seus respectivos partidos, à medida que se aproximam as eleições de 2024.
Com todo esse embate político, resta saber como se desenrolarão as próximas semanas e como as decisões do União Brasil afetarão a continuidade de Sabino e outros ministros no governo atual. O cenário é incerto, mas a posição pública de Sabino revela não apenas suas aspirações políticas, como também a complexidade das relações entre os diferentes partidos dentro da administração federal.
