O Banco Central rejeitou, na noite desta quarta-feira (3), a operação de compra do Banco Master pelo BRB, instituição financeira controlada pelo governo do Distrito Federal. A decisão foi comunicada após o fechamento do mercado, sem detalhes específicos sobre os motivos do indeferimento.
Rejeição do BC suspende proposta de aquisição do Banco Master
Anunciada em 28 de março, a operação previa a aquisição de 58,04% do capital do Banco Master, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais, pelo BRB. As empresas manteriam suas estruturas separadas, compartilhando governança, expertise, sinergias e estratégias coordenadas.
Segundo fontes próximas ao negócio, o Banco Central tinha uma preocupação com os títulos de CDB emitidos pelo Master, especialmente após a retirada desses títulos do acordo. O regulador avaliava que, apesar de os títulos serem retirados do negócio, ainda havia riscos de corresponsabilidade por parte do BRB devido à estrutura de garantia e à exposição do sistema financeiro.
Motivos da rejeição e próximos passos
O BC tinha até um ano para decidir sobre a aquisição, mas optou por se antecipar. Ainda não foram divulgadas as justificativas oficiais para o indeferimento, e o BRB já solicitou acesso às informações para avaliar possíveis alternativas e ajustes na proposta. interlocutores indicam que o banco estatal acredita nos fundamentos da operação e pode tentar uma nova abordagem para mitigar riscos apontados pelo regulador.
Contexto financeiro e riscos envolvidos
O Banco Master enfrentava dificuldades de liquidez e dificuldades para cumprir os compromissos assumidos com investidores. Sua estratégia de captação se baseava na emissão de CDBs com retornos elevados, garantidos parcialmente pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Entretanto, parte de seus ativos, como precatórios e participações em empresas em crise, apresentavam baixa liquidez.
De acordo com o balanço de 2024, o banco tinha R$ 12,4 bilhões em CDBs a vencer até o final deste ano, em um total de R$ 18,3 bilhões de ativos. O estoque total de CDBs e CDI atingia R$ 49,8 bilhões, enquanto a liquidez do FGC era de R$ 107,8 bilhões em junho do mesmo ano.
Riscos ao sistema financeiro e preocupações do BC
Se o Banco Master enfrentasse falência, o FGC, financiado por contribuições das instituições associadas, teria de ressarcir um volume relevante de recursos para os investidores pessoas físicas, o que representaria um impacto significativo no sistema financeiro. A decisão do BC demonstra preocupação com a estabilidade do setor e com a proteção dos poupadores e investidores.
A operação rejeitada evidencia os desafios do setor financeiro diante de bancos com dificuldades de liquidez e ativos ilíquidos. O Banco Central continuará monitorando o mercado e buscando garantir a solidez do sistema financeiro nacional.
Mais detalhes sobre a decisão e possíveis desdobramentos devem ser divulgados pelo BRB em comunicado oficial nesta quarta-feira. Para mais informações, acesse a fonte original.