Brasil, 4 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Banco Central rejeita aquisição do Banco Master pelo BRB

Decisão final do BC impede que o BRB adquira 49% do Banco Master, após análise que durou meses e suscitou debate no mercado financeiro

O Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (3) rejeitar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), que estava em análise desde março e era a última etapa regulatória necessária para a operação. A decisão foi comunicada ao mercado por meio de fato relevante divulgado pelo BRB, enquanto o órgão ainda não se manifestou oficialmente.

Decisão do BC e impacto na operação

De acordo com o comunicado do BRB, o banco foi informado sobre o indeferimento do requerimento protocolado em 28 de março de 2025, referente à aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. A instituição solicitou ao BC acesso à decisão na íntegra para avaliar seus fundamentos e considerar possíveis alternativas.

O BRB afirmou que mantém seu posicionamento de que a aquisição representa uma oportunidade estratégica que poderia gerar valor para seus acionistas, clientes, o Distrito Federal e o sistema financeiro nacional. A companhia promete ainda manter o mercado informado sobre futuros desdobramentos, conforme previsto na legislação vigente.

Contexto e antecedentes do negócio

Em março, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sancionou uma lei distrital — aprovada pela Câmara Legislativa do DF — que autorizava o BRB a adquirir 49% das ações do Banco Master. A iniciativa buscava ampliar a presença do banco no mercado e fortalecer sua atuação no setor financeiro.

Desde o anúncio da intenção de compra, há aproximadamente seis meses, as ações do BRB valorizaram cerca de 23% na Bolsa de Valores (B3). Ainda assim, a operação gerou controvérsia devido às características do Banco Master.

Polêmica e riscos associados ao Banco Master

O negócio, avaliado em R$ 2 bilhões, enfrenta resistência devido às políticas agressivas de captação de recursos do Banco Master, que oferece rendimentos de até 140% do CDI — taxas bem superiores às médias de 110% a 120%. Além disso, o banco ainda não publicou balanço de dezembro do ano passado e tem operado com dificuldades de captação, especialmente em operações com precatórios e títulos de dívida com sentenças judiciais definitivas.

Recentemente, o BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 para assumir o controle do Banco Master e suas dívidas, que seriam garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). No entanto, divergências entre os bancos envolvidos impediram que o negócio fosse concretizado.

Perspectivas futuras e obstáculos regulatórios

A decisão do BC reforça o rigor da análise de operações que envolvem instituições financeiras com riscos elevados ou situação financeira instável. Apesar do potencial de crescimento alegado pelo BRB, o órgão regulador optou por não autorizar a aquisição, considerando os riscos associados ao Banco Master.

O processo demonstra os desafios enfrentados por bancos interessados em expandir sua atuação por meio de aquisições, especialmente em setores mais complexos e com maior volatilidade financeira.

Mais detalhes sobre a decisão podem ser acessados no site da Agência Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes