O atirador Robin Westman, de 23 anos, que matou duas crianças e feriu outras 21 na Igreja Católica de Annunciation em Minneapolis, afirmou que suas dificuldades com questões de gênero e uso de maconha contribuíram para seu estado mental, resultando no ataque ocorrido em 27 de agosto.
Declarações em manifesto revelam motivos pessoais e conflitos familiares
Westman, que se identificava como mulher transgénero, divulgou um manifesto no YouTube logo antes do ataque, no qual atribui seus problemas mentais ao uso de maconha e à rejeição de sua mãe, que inicialmente consentiu com a mudança de nome, mas posteriormente discordou. Ele escreveu: “Gênero e maconha [expletivo] bagunçaram minha cabeça”.
Segundo uma tradução realizada pelo New York Post, Westman afirmou desejar nunca ter experimentado esses aspectos, aconselhando pais a evitarem que os filhos fumem maconha ou mudem de gênero antes dos 17 anos.
Histórico de mudanças de identidade e relação com a família
Legally, Westman alterou seu nome de Robert para Robin aos 17 anos, depois de uma negativa de sua mãe. Em suas palavras, ela foi “muito antagonista” e incentivou-o a se arrepender de sua decisão, chegando a dizer que ele se arrependeria por quem era por dentro. Mesmo assim, ele afirmou desejar nunca ter “cozinhado” sua identidade de gênero e confessou que ainda usa o cabelo comprido, “porque é minha última ponta de ser trans”.
O rapaz também escreveu uma carta em inglês em que agradece aos pais pelo amor, apesar das batalhas com depressão e pensamentos suicidas. Sua mãe, que trabalhou na paróquia que ele atacou, deu o consentimento inicial para a mudança de nome, mas, segundo o próprio, ela não concordava com a decisão.
Motivações e planos do atirador
Westman tinha planos detalhados sobre o ataque, incluindo uma visita à igreja onde pretendia realizar o massacre. Em um vídeo, mostrou um desenho do layout da igreja e relatou que visitou o local fingindo estar interessado em retornar ao catolicismo. Ele também realizou visitas à paróquia, escrevendo em seu manifesto que pretendia agir na “primeira semana de aula”.
Desde jovem, Westman tinha fantasias de tiroteios em escolas e trabalhos, e chegou a ser suspenso na escola por perguntar onde uma pessoa se esconderia durante um ataque. Em vídeos, demonstrava uma forte aversão à Igreja Católica, usando símbolos satânicos, incluindo pentagramas e referências ao número “666”.
Investigação e motivações oficiais
Segundo o diretor do FBI, Kash Patel, o ataque está sendo investigado como “ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos”. A Polícia de Minneapolis ainda não revelou uma motivação principal, mas as evidências mostram uma combinação de problemas pessoais, ideologia e possíveis influências psicofarmacológicas.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., comentou em entrevista que o National Institutes of Health estuda o impacto de medicamentos psiquiátricos, incluindo antidepressivos, em episódios de violência, destacando a necessidade de compreender a relação entre drogas psicotrópicas e comportamentos extremos.
Este episódio reacende debates sobre saúde mental, o papel de medicamentos e os fatores que contribuem para atos de violência massiva nos Estados Unidos.