Após 25 anos de negociações, o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul foi oficialmente apresentado na quarta-feira (3) pela Comissão Europeia. A proposta agora será avaliada pelo Parlamento Europeu e pelos 27 países membros, que precisam aprová-la para que o tratado entre em vigor.
Desafios para a aprovação do acordo na União Europeia
A aprovação na UE exige uma votação no Parlamento Europeu e o apoio de uma maioria qualificada, que representa pelo menos 15 países e 65% da população do bloco. Apesar do potencial de ampliar as exportações e fortalecer a autonomia do bloco europeu em relação à China, a proposta gera divisões entre os membros.
Países favoráveis ao acordo
Países como Alemanha e Espanha apoiam a assinatura do tratado, argumentando que o acordo pode ajudar a compensar perdas comerciais provocadas por tarifas impostas pelos Estados Unidos, especialmente durante o governo de Donald Trump. Além disso, a proposta é vista como uma oportunidade de diminuir a dependência em relação à China, sobretudo na obtenção de minerais essenciais para a economia europeia.
Países que resistem ao tratado
Por outro lado, França e Polônia manifestaram resistência ao acordo, preocupadas principalmente com o impacto no setor agrícola. A França, maior produtora de alimentos da UE, teme que o tratado prejudique sua produção local, face à forte concorrência de exportadores sul-americanos de grãos e alimentos.
Segundo especialistas, mesmo dentro do Mercosul, há controvérsias; o impacto potencial na competitividade do bloco pode gerar receios de prejuízos. A discussão evidencia as divergências entre os apoiadores e os opositores do tratado, que ainda está em fase de análise.
Repercussões e próximos passos
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discutiram o tema durante o G20 no Rio de Janeiro. A expectativa é que o processo de aprovação seja concluído nos próximos meses, permitindo que o acordo entre em vigor em breve.
O assunto continua em debate, refletindo as complexidades de um tratado que pode transformar as relações comerciais do Brasil, do Mercosul e do próprio bloco europeu. A decisão final dependerá do alinhamento entre os interesses econômicos e políticos dos países envolvidos.
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