Os anos 90 marcaram o auge do Renascimento Disney, com filmes icônicos como “A Bela e a Fera” e “O Rei Leão”. Por trás dessas animações, muitas histórias pouco conhecidas revelam detalhes impressionantes, desde mudanças criativas até conflitos de produção que quase alteraram o que amamos hoje.
Criação de personagens femininas inovadoras na Disney
Linda Woolverton, roteirista de “A Bela e a Fera”, e Howard Ashman lutaram para que Belle quebrasse o molde das princesas tradicionais. Em entrevista à Entertainment Weekly, Woolverton explicou que queria uma heroína que gostasse de ler, fosse independente e não estivesse à espera de um príncipe para salvá-la.“Não quis construir uma personagem que fosse vítima, ela tem sonhos de lugares distantes e não se encaixa no estereótipo de princesa passiva”.
O relacionamento entre Belle e a Fera nos bastidores
O relacionamento entre as vozes de Belle, Paige O’Hara, e a Fera, Robby Benson, foi fundamental para a profundidade emocional do filme. Benson revelou ao Hollywood Reporter que eles gravavam suas cenas juntos, o que trouxe uma autenticidade maior aos personagens. “Era como gravar um filme de verdade, mesmo sendo animação”, disse Benson.
Curiosidade sobre o humor de Paige O’Hara
Durante uma gravação, Paige O’Hara improvisou uma piada sobre o crescimento de barba do príncipe após a transformação da Fera, que foi cortada na versão final, mas acabou inspirando uma cena no live-action. Emma Watson, que interpretou Belle na versão de 2017, repetiu essa dúvida ao príncipe na nova adaptação.
O pioneirismo de “A Bela e a Fera” no Oscar
Foi o primeiro filme de animação a concorrer ao prêmio de Melhor Filme no Oscar, gerando algumas críticas do Sindicato dos Atores. Segundo a Hollywood Reporter, alguns atores consideraram a indicação uma afronta, mas a atriz Angela Lansbury defendeu o valor do filme.
Inovação técnica e criação de “Toy Story”
“Toy Story”, lançado em 1995, foi o primeiro filme completamente gerado por computador e mereceu um Oscar de realização especial. Ed Catmull, cofundador da Pixar, comentou à TIME que, na época, eles eram quase inexperientes e “não sabiam o que estavam fazendo”, o que tornou o sucesso ainda mais surpreendente. O filme também apresentou Woody, inicialmente diferente, como um carrinho ventríloquo com uma personalidade mais abrasiva, até que foi redesenhado para parecer mais simpático.
Resgate quase perdido e dificuldades na produção de “Toy Story 2”
Em 1998, quase ocorreu uma tragédia na Pixar: a maior parte dos arquivos de “Toy Story 2” foi deletada por acidente. Felizmente, uma backup foi encontrado por Galyn Susman, que trabalhava de casa. Segundo Tom Hanks, que dublou Woody, uma cena icônica de Toy Story 2, na qual ele descobre os produtos do personagem, foi improvisada por ele ao ver os desenhos dos animadores.
O desenvolvimento de “Aladdin” e Robin Williams
Robin Williams, que interpretou o Gênio, foi contratado com base em testes de comédia criados pela equipe de animação. Para conquistá-lo, criaram vídeos de teste que fizeram Williams rir e aceitar o papel por um valor ínfimo, apenas US$ 75 mil. Ele também se envolveu bastante na improvisação durante as gravações, tendo feito cerca de 16 horas de fitas com humor improvisado, o que ajudou a dar vida ao personagem.
Design inspirado em estrelas de Hollywood
O visual do Aladdin foi inspirado em Tom Cruise, originalmente imaginado como mais parecido com Michael J. Fox, mas a equipe optou por uma postura mais confiante e “comédia de atitude” semelhante a Top Gun, segundo Glen Keane, um dos principais animadores. Robin Williams, por sua vez, tinha uma relação tumultuada com Disney após a estreia, por questões envolvendo o uso de sua voz em merchandising, o que levou ao seu retorno apenas na sequência direta.
As dificuldades no desenvolvimento de “O Rei Leão”
“O Rei Leão” quase recebeu títulos como “King of the Jungle” ou “King of the Kalahari”, mas acabou sendo renomeado para evitar o equívoco de que leões vivem na selva. A cena da manada de gnus levou quase três anos para ser produzida, por conta das limitações das primeiras animações por computador, e por um cuidado especial para não traumatizar o público com a cena.
Curiosidades sobre “Pocahontas” e “A Pequena Sereia”
Durante a produção de “Pocahontas”, a Disney enfrentou resistência por parte de executivos que achavam que o personagem principal, uma menina indígena, poderia prejudicar o desempenho do filme em outros mercados. A personagem foi reescalada para a fase adulta, e sua amizade com Redfeather foi cortada. O filme, no entanto, acabou concorrendo apenas na categoria de canção ao Oscar.
Rivalidades na produção de “A Pequena Sereia”
Havia uma disputa entre os atores Nathan Lane e Ernie Sabella pelo papel de Zazu, e também uma confusão sobre quem deveria interpretar os suricatos Timão e Pumba. Ademais, nenhuma das gravações foi feita com leões reais; as rugidas foram criadas por sons de tigres ou pelos atores de voz, como Frank Welker em um lata de metal.
Produção de “A Bug’s Life” e detalhes técnicos
Cada cena com formigas tinha entre 25 e 1.000 insetos, todos animados de forma individualizada. Para capturar uma visão em miniatura, o designer de produção, Bill Cone, chegou a rastejar no chão com uma câmera sobre o ventre, garantindo uma perspectiva realista do ambiente dos pequenos personagens.
Esses são apenas alguns dos muitos segredos e curiosidades que envolvem a criação dos filmes Disney dos anos 90, uma era que ainda encanta gerações e que carrega histórias incríveis de bastidores.
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